Pedro Almeida Vieira
"A Universidade de Braga e o taberneiro Monteiro"

"[...] É, no mínimo, demagógico — ou mesmo populista, como faz Filipe Froes — elevar as doenças respiratórias, e em particular a gripe, à condição de prioridade de saúde pública em idade pediátrica. Se há verdadeiros flagelos que merecem essa designação, eles residem na mortalidade evitável: acidentes de viação, armas de fogo, suicídios, afogamentos e drogas, e não na gripe. Basta observar os dados dos Estados Unidos: a letalidade associada à gripe — 280 óbitos numa população de 72,8 milhões de menores — traduz-se numa probabilidade de morte 14 vezes inferior à de um acidente rodoviário e mais de 100 vezes menor do que por arma de fogo [...]."
Em Julho passado, a Carris adjudicou à MNTC — a empresa envolvida no acidente mortal do Elevador da Glória —, a manutenção dos eléctricos históricos e articulados por três anos, dispensando comprovativos das qualificações das equipas. O contrato, de 158 mil euros por ano para a manutenção de 45 eléctricos históricos e sete articulados, representa apenas 42% do valor que a STCP, no Porto, gasta para manter apenas oito eléctricos, mas seguindo normas internacionais de segurança.
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Um juiz recém-nomeado no Tribunal Administrativo de Lisboa fez uma interpretação temerária e tentou isentar o Conselho Superior da Magistratura do cumprimento da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos. Em causa estão as actas e deliberações integrais da cúpula judicial pedidas pelo PÁGINA UM e que o magistrado procurou proteger com uma leitura errada das normas legais. O Tribunal Central Administrativo Sul travou a decisão, após recurso, lembrando que nem mesmo o órgão máximo da magistratura pode escapar às regras da transparência e do escrutínio público.
Anunciamos o lançamento do primeiro livro com a chancela PÁGINA UM. Mais do que um marco editorial, é um gesto de afecto. Ao longo de mais de um ano, Brás Cubas — a célebre personagem de Machado de Assis — analisou, com mordacidade e sátira, a política e a sociedade portuguesas do século XXI. Cerca de meia centena dessas crónicas, revistas e editadas, dão forma à obra 'Correio Mercantil de Brás Cubas'. Compre já, com direito a autógrafo.
A reflexão da jornalista Elisabete Tavares sobre as consequências de uma historiadora difundir ódio e informações falsas na Internet.
A ‘polícia da Bolsa’, como é jargonalmente apelidada a CMVM, lamenta a falta de meios humanos para fiscalizar os mercados, mas não hesita em investir na remodelação da sua sede em Lisboa. Já gastou mais de três milhões de euros e, no final, a factura deverá ultrapassar os oito milhões. Para que os gastos passem discretamente, o regulador optou por fazer as obras aos bochechos, piso a piso, incluindo ginásio, lounge e até zona de gaming.
O ornitólogo Gonçalo Elias critica a leitura simplista das alterações climáticas como causa das culpas universais. E mostra, com dados do Atlas Europeu de Aves, que muitas espécies não se movem para norte, mas também para sul, provando haver mais em jogo do que o clima.
Há 73 dias, 14 horas, 47 minutos, 47 segundos
que a Global Notícias devia ter as suas contas entregues.
Mas prefere perguntar pelas do PÁGINA UM.
Está ‘engavetado’, há mais de um ano, o processo disciplinar contra dois cirurgiões no caso de negligência médica no Hospital de Faro. Num despacho de 145 páginas, o relator acusa o cirurgião Pedro Henriques de “ignorância extrema da anatomia” e de transformar o acto cirúrgico em fonte de dano, e revela que o então director de serviço, Gildásio Martins dos Santos chegou a divulgar dados clínicos da denunciante para a desacreditar.
O advogado Daniel Bessa de Melo leu a sentença do processo Anjos vs. Joana Marques e viu ruir as certezas que julgava firmes: afinal, a sátira edificou-se sobre uma falsidade acústica, erigindo humor onde só havia erro.
Num país onde o “status” pesa mais do que a sobriedade, até um pequeno banco estatal se comporta como um gigante financeiro. O Banco Português de Fomento — o pequeno banco estatal que de um lucro de 18 milhões de euros em 2024 e há poucos anos pagou 100 mil euros por consultadorias de Luís Montenegro — vai gastar perto de 1,2 milhões de euros no aluguer de 23 viaturas para os seus dirigentes, algumas equipadas com kits desportivos, interiores em couro e extras de luxo. Afinal, a austeridade é para os outros...
Um estudo sul-coreano com mais de 8,4 milhões de participantes, publicado na revista científica Biomarker Research, encontrou uma associação entre a vacinação contra a covid-19 e o aumento de risco de seis tipos de cancro, incluindo pulmão, cólon e mama. Os autores pedem cautela na leitura dos resultados, mas o trabalho expõe a falência da farmacovigilância em Portugal - e até a recusa do Infarmed em cumprir decisões judiciais de divulgação das reacções adversas que atingiram milhares de pessoas, que foram abandonadas pelo sistema
Nem dado. O programa estatal que prometia oferecer jornais digitais a jovens entre os 15 e os 18 anos durante 24 meses é um fiasco: dos 418.682 potenciais leitores, só 4.442 aceitaram “a prenda” — um em cada 100. Lançado em Maio, o projecto do então ministro Pedro Duarte queria fomentar a literacia mediática, mas mostra, com cruel ironia, que nem de graça se conquista quem já nasceu online. O PÁGINA UM revela os números por publicação.
Quase dois anos após três tribunais terem dado razão ao PÁGINA UM, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) continua a recusar entregar uma base de dados dos internamentos hospitalares. E fá-lo com um desplante inédito: os quatro dirigentes nomeados pela ministra Ana Paula Martins escondem-se agora do carteiro para evitar notificações judiciais, transformando o Estado de Direito num grotesco teatro de bandalheira institucional.
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A pretexto da reacção de Luís Ribeiro sobre a escrita de artigos noticiosos em cumprimentos de contratos de marketing.
Foi preciso uma sentença, um acórdão e um pedido de aplicação de sanção pecuniária compulsória. O PÁGINA UM revela (e apresenta uma avaliação individual) dos 52 relatórios do Instituto Superior Técnico escondidos durante 32 meses pelo seu presidente, Rogério Colaço.
São centenas de dados eliminados em actas do Conselho Superior da Magistratura, segundo critérios incompreensíveis, usando, em muitos casos, o célebre 'XXX'. Nomes de juízes castigados, com más classificações ou com processos em atraso, são expurgados.
Um conto do escritor brasileiro Lourenço Cazarré, sempre aos domingos, quinzenalmente.
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Um retrato hilariante e melancólico de juventude em linha directa com o engano, pela pena de Paulo Vero.
Se há coisa sobre o fado que é controversa, é a sua origem. Sérgio Luís de Carvalho, colaborador pontual do PÁGINA UM, abre o livro sobre esse enigma em 'Lisboa Fadista', cujo primeiro capítulo mostramos em pré-publicação.