Luís Gomes
"A criação do Estado de Israel"

O hábito de comprar o jornal de manhã, lê-lo no café ou no autocarro e discutir as notícias no trabalho está a desaparecer. Os dados hoje revelados pelo Instituto Nacional de Estatística mostram que em 2024 venderam-se apenas 76,3 milhões de exemplares impressos em Portugal — menos de metade do registado em 2019 —, revelando o colapso da imprensa escrita e a perda definitiva de um ritual que moldou gerações de leitores.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) não fez como São Pedro a Cristo — não negou três vezes conhecê-lo —, mas negou três vezes responder se agirá contra os “debates patrocinados” pagos pela Ordem dos Engenheiros (25 mil euros) e promovidos pelo Jornal de Notícias no Porto, Braga, Viana do Castelo e Bragança, com cláusulas que excluíram candidaturas. Três e-mails do PÁGINA UM, três silêncios — às portas do voto. a entidade presidida pelo juiz conselheiro permite um precedente gravíssimo na manipulação dos temas e na cobertura mediática das campanhas.
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Domingo, urnas abertas. Até hoje, palcos acesos. Em 2025, as autarquias trocaram a tesoura das inaugurações pelo refrão dos arraiais. O resultado vê-se nas contas públicas: só o top 20 dos músicos portugueses encantaram em 351 concertos, mas facturaram, no conjunto, mais de 11 milhões de euros. Só o Tony Carreira triplicou a receita em comparação com todo o ano passado. O PÁGINA UM revela tudo.
Anunciamos o lançamento do primeiro livro com a chancela PÁGINA UM. Mais do que um marco editorial, é um gesto de afecto. Ao longo de mais de um ano, Brás Cubas — a célebre personagem de Machado de Assis — analisou, com mordacidade e sátira, a política e a sociedade portuguesas do século XXI. Cerca de meia centena dessas crónicas, revistas e editadas, dão forma à obra 'Correio Mercantil de Brás Cubas'. Compre já, com direito a autógrafo (e envio incluído).
Em vésperas de eleições autárquicas, a Câmara Municipal de Oeiras decidiu assinar um contrato milionário com uma empresa de comunicação. A escolhida foi a F5C, empresa envolta em polémica gerida por João Tocha, que vai receber 174 mil euros para prestar serviços de assessoria de comunicação da autarquia durante um ano. Trata-se do maior contrato de sempre da consultora feito com uma entidade pública.
A reflexão de Elisabete Tavares no seguimento da fraca adesão dos jovens às assinaturas digitais "grátis" de jornais.
Há 79 dias, 21 horas, 18 minutos, 36 segundos
que a Global Notícias devia ter as suas contas entregues.
Mas prefere perguntar pelas do PÁGINA UM.
Clara Pinto Correia regressa com uma crónica de fôlego a coragem: uma carta de mãe e um manifesto moral sobre a decadência de um país onde os bandidos vestem gravata e o amor resiste à vergonha.
Mourão, Monforte e Moura lideram a lista negra da dependência social em Portugal, com mais de 13% da população activa a viver do Rendimento Social de Inserção (RSI) — cinco vezes a média nacional. O Porto surge como a grande surpresa urbana, com 5,8% da população activa dependente do subsídio, o valor absoluto mais elevado do país, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística ontem revelados e analisados pelo PÁGINA UM.
A pretexto da reacção de Luís Montenegro às investigações sobre a Spinumviva, Brás Cubas desvenda os seus estudos zoológicos sobre a razão e a emoção humana, revelando que o primeiro-ministro é o espécime perfeito do Racional Emotivo — sereno em chamas, tranquilo em fúria.
Em Julho passado, a Carris adjudicou à MNTC — a empresa envolvida no acidente mortal do Elevador da Glória —, a manutenção dos eléctricos históricos e articulados por três anos, dispensando comprovativos das qualificações das equipas. O contrato, de 158 mil euros por ano para a manutenção de 45 eléctricos históricos e sete articulados, representa apenas 42% do valor que a STCP, no Porto, gasta para manter apenas oito eléctricos, mas seguindo normas internacionais de segurança.
Está ‘engavetado’, há mais de um ano, o processo disciplinar contra dois cirurgiões no caso de negligência médica no Hospital de Faro. Num despacho de 145 páginas, o relator acusa o cirurgião Pedro Henriques de “ignorância extrema da anatomia” e de transformar o acto cirúrgico em fonte de dano, e revela que o então director de serviço, Gildásio Martins dos Santos chegou a divulgar dados clínicos da denunciante para a desacreditar.
Num país onde o “status” pesa mais do que a sobriedade, até um pequeno banco estatal se comporta como um gigante financeiro. O Banco Português de Fomento — o pequeno banco estatal que de um lucro de 18 milhões de euros em 2024 e há poucos anos pagou 100 mil euros por consultadorias de Luís Montenegro — vai gastar perto de 1,2 milhões de euros no aluguer de 23 viaturas para os seus dirigentes, algumas equipadas com kits desportivos, interiores em couro e extras de luxo. Afinal, a austeridade é para os outros...
Quase dois anos após três tribunais terem dado razão ao PÁGINA UM, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) continua a recusar entregar uma base de dados dos internamentos hospitalares. E fá-lo com um desplante inédito: os quatro dirigentes nomeados pela ministra Ana Paula Martins escondem-se agora do carteiro para evitar notificações judiciais, transformando o Estado de Direito num grotesco teatro de bandalheira institucional.
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A pretexto da reacção de Luís Ribeiro sobre a escrita de artigos noticiosos em cumprimentos de contratos de marketing.
Foi preciso uma sentença, um acórdão e um pedido de aplicação de sanção pecuniária compulsória. O PÁGINA UM revela (e apresenta uma avaliação individual) dos 52 relatórios do Instituto Superior Técnico escondidos durante 32 meses pelo seu presidente, Rogério Colaço.
Um juiz recém-nomeado no Tribunal Administrativo de Lisboa fez uma interpretação temerária da lei ao tentar isentar o Conselho Superior da Magistratura do cumprimento da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos. O Tribunal Central Administrativo Sul travou a decisão, lembrando que nem mesmo o órgão máximo da magistratura pode escapar às regras da transparência e do escrutínio público.
Um conto do escritor brasileiro Lourenço Cazarré, sempre aos domingos, quinzenalmente.
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Um retrato hilariante e melancólico de juventude em linha directa com o engano, pela pena de Paulo Vero.
Se há coisa sobre o fado que é controversa, é a sua origem. Sérgio Luís de Carvalho, colaborador pontual do PÁGINA UM, abre o livro sobre esse enigma em 'Lisboa Fadista', cujo primeiro capítulo mostramos em pré-publicação.