Quando ousas expôr crimes, deves concluir que estás sob o jugo de déspotas. Quando honras a tua voz interior, erguendo-a contra as estruturas do Estado, revelando as suas falhas e corrupções, transformas-te, aos olhos desses déspotas, num adversário perigoso a ser neutralizado.
Quando aqueles ao leme do Estado, desejando apenas a tua subjugação e servilismo, recorrem à distorção da verdade, à manipulação subtil e à propaganda insidiosa, então não apenas governam sobre ti como tiranos, mas também como psicopatas insaciáveis.
Quando manifestas que imposto é roubo, que equivale a um acto vil de subtracção, fundamentado na força coerciva exercida sobre a tua pessoa, mediante ameaças de severas sanções ou até mesmo a privação da tua liberdade, e és prontamente rotulado como insensato, como alguém que, de forma egoísta, põe em risco o suposto bem colectivo, significa que és um inimigo do Estado.
Quando enaltecem o destino nobre dos recursos que te são subtraídos, justificando tal confisco com a promessa de erguer hospitais, escolas, estradas e jardins, ou até mesmo de te prover amparo em momentos de adversidade, como o desemprego ou a velhice, revelam que zombam da tua credulidade e te consideram um mero néscio, um tolo carente de discernimento.
Quando ousas questionar a moralidade do assalto ao teu bolso, assumindo directamente tais louváveis despesas, és prontamente desacreditado; insistem, com desfaçatez, que somente uma instituição “benevolente” e “justa” como o Estado seria capaz de tal proeza.
Quando te asseguram que a expropriação coerciva dos frutos do teu trabalho é para o teu próprio bem, deves reconhecer a presença de uma máfia profundamente desonesta; afinal, até um monarca medieval, ao praticar semelhante usurpação, ia além, tomando para si não apenas a tua riqueza, mas também a tua honra, secundado por milhares de soldados, demonstrando, assim, uma honestidade brutal, mas muito mais cristalina que o presente estado de coisas.
Quando te sugerem que se todos os cidadãos cumprissem com a sua “quota-parte”, talvez fosse viável reduzir a voracidade do confisco sobre a tua pessoa; deves simplesmente compreender que estão claramente a menosprezar a tua inteligência, tratando-te como um tolo incauto. Afinal, ao longo de décadas, a voracidade do braço estatal tem sido insaciável, mergulhando cada vez mais fundo nos teus bolsos, numa escalada incessante de expropriação.
Quando te aludem que uma certa empresa é tida como “estratégica”, fundamental para os interesses nacionais, é imperativo observar através da cortina de retórica, pois tal adjectivação muitas vezes encobre uma verdade sombria: trata-se, na realidade, de um abismo financeiro, um vórtice, onde o “nosso dinheiro” é despejado directamente nos bolsos dos comparsas, correligionários e aliados dos facínoras que detêm o poder.
Quando te “prometem” ou “dão” casas, seguros e viagens “grátis”, sem nunca reconhecerem o rebanho que foi vilipendiado, humilhado e espoliado para possibilitar tais benesses, deves perceber que estás diante de uma fauna de psicopatas narcisistas, destituídos de qualquer traço de empatia pelo próximo.
Quando te manifestam preocupação com a “despesa fiscal”, que não é mais que um alívio do fardo sobre os teus ombros, compreende que estás diante de uma horda de malfeitores desprovidos de escrúpulos, cuja falta de pudor não tem limite.
Quando, na tua busca por transparência, indagas: “Como é que sei que o Estado gasta bem o dinheiro que lhe damos?”. Se te é retorquido com desdém: “Simples, basta consultares o Orçamento de Estado, onde diz todo o dinheiro que o Estado recebe e como vai ser usado para ajudar (!) todos os cidadãos, causas ou empresas. Até o podes encontrar na Internet!”; nesse caso, podes ter a absoluta convicção de que és apenas um entre a multidão, tratado com a mais profunda displicência pelos detentores do poder. Na verdade, riem-se a bandeiras despregadas da tua inocência e estupidez.
Quando o Estado, valendo-se dos recursos que te subtrai de forma arbitrária e criminosa, utiliza-os para doutrinar os teus filhos com o intuito de perpetuar a subserviência, o desrespeito e a pilhagem que também afligem a tua condição, através de obras literárias tão indignas como a “Joaninha e os Impostos“, tens a certeza não apenas da tua própria sina como mero rato enjaulado a correr como um louco numa roda, sustentando parasitas desprovidos de escrúpulos, mas também reconheces que a tua descendência está fadada a integrar-se nesse ciclo vicioso em breve.
Quando o Estado, sob a égide de uma suposta ameaça de um “vírus” mortal, embora não testemunhes mortes ao teu redor, insiste em prender-te no domicílio, em fechar o teu negócio, em impor-te o uso de uma humilhante fralda facial, em proibir a frequência dos teus filhos na escola, em forçar-te a abandonar os teus avós à própria sorte, em proibir-te de te deslocares ou viajares, tudo em prol da promoção de um produto milagroso e salvífico que deves aceitar coercivamente em nome do “bem comum”, que proporciona ao mesmo tempo lucros pornográficos à casta parasitária que te governa, é manifesto que perderam todo o respeito pela tua dignidade. Não és senão gado, destinado a ser pastoreado e subjugado.
Quando te exigem o apoio a um regime corrupto e totalitário, em nome da “democracia” e da “liberdade”, mesmo que esse regime cerceie a liberdade de imprensa, detenha oponentes políticos e legalize a lavagem do dinheiro que envias directamente para os bolsos dos cúmplices e aliados, fica claro que te consideram a ti e aos teus descendentes como meros peões sacrificáveis, prontos a serem escravizados pelo Estado no momento que lhes convier.
Quando o Estado, por meio do seu Banco Central, decide aumentar a quantidade de moeda em circulação, impondo-te o seu uso por meio de leis de curso legal e roubo exclusivo nessa moeda, enquanto permite que os seus comparsas nos bancos por si supervisionados inflacionem desmesuradamente tal moeda, concedendo, desta forma, vantagens indevidas à casta parasitária, que adquire tudo em primeiro lugar e a preços não inflacionados com crédito do nada, e ainda tenta convencer-te de que este roubo silencioso surgiu do nada ou que foi o resultado de conflitos militares distantes e irrelevantes para a tua vida quotidiana, é um sinal claro de que almejam despojar-te de tudo. Tanto, que até possuem uma divisa para tal enxovalho: “Não terás nada e serás feliz”!
Luís Gomes é gestor (Faculdade de Economia de Coimbra) e empresário
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