Raquel Rodrigues sugere uma ‘paragem’ rápida em Singapura, numa escala em trânsito para um destino (ainda) mais longínquo.
Na hora de viajar, vale a pena contemplar os ‘stopover‘: paragens mais demoradas aproveitando escalas em vôos para destinos longínquos. Há alguns que são mais populares entre quem viaja. Mas os viajantes não devem ficar apenas pelos ‘stopovers‘ no Dubai, Abu Dhabi, Catar e Istanbul. São todos ‘escalas’ interessantes, nem que seja para se perceber quais os destinos que não se aprecia tanto. Contudo, Kuala Lumpur e Singapura são imperdíveis.
Singapura deveria mesmo constar da lista de todos os viajantes. Já no final dos anos 90 do século passado era considerada uma “cidade” do futuro.
Também conhecida como a pérola da Ásia, Singapura é uma cidade-Estado. O país tem 5,6 milhões de habitantes, e é hoje um dos maiores centros financeiros do mundo. Com o maior número de milionários, é o país mais caro para se viver. De acordo com o poder de compra dos seus habitantes, é o quarto país mais rico do mundo, apenas superado pelo Luxemburgo, Catar e Macau (não sendo um país, é uma região administrativa especial da China, desde 1999).
Recorde-se que há 50 anos, Singapura era uma ilha pobre, com poucos recursos naturais e que não prometia grande futuro. Depois de deixar de estar subjugada ao domínio britânico e conseguir a independência da Malásia em 1965, Singapura tornou-se um Estado autónomo. Estava então sob a liderança de Lee Kuan Yew, que foi primeiro-ministro durante mais de 30 anos e o “arquiteto” do chamado milagre económico e social.
Dependendo da época que se visitar Singapura, o clima húmido e quente poderá ser o que mais dificulta a estadia, pois só apetece estar no interior dos museus e hotéis, protegidos pelo fresco ar-condicionado.
Fiquei três dias em Singapura e partilho aqui o meu roteiro.
Podendo, não deixe de ficar no Marina Bay Sands. Foi o meu ‘luxo’ desta viagem. Valeu a pena, pois incluiu acesso a espetáculos e outras experiências, o que acabou por compensar.
O hotel é maravilhoso, gigante (o que não faz muito o meu género). Mas só ficando alojada no hotel poderia ter acesso à piscina mais alta do mundo, uma piscina panorâmica com vista para toda a Singapura.
A não perder:
Marina Bay. É o postal de Singapura e a porta de entrada para este ‘mundo mágico’. As maravilhas arquitetónicas, os edifícios extravagantes e a vista para o complexo do hotel ou os 4 quilómetros de caminho pedonal, faz desta zona a mais bonita e preferida de viajantes. Encontra-se num só local espectáculos de luzes, museus e compras.
Gardens by the Bay é um parque natural, composto por três jardins à beira-ma: Bay South Garden (em Marina South); Bay East Garden (em Marina East); e Bay Central Garden (em Downtown Core e Kallang). O maior destes jardins é o Bay South Garden. É aqui que se localiza a Flower Dome (maior estufa de vidro do mundo), a Cloud Forest e as maravilhosas Supertree Grove & OCBC Skyway, que oferecem imagens icónicas que têm percorrido todo o mundo.
Dica: todos os dias, pelas 20h45, o espaço oferece um espetáculo de som e luz que tem como pano de fundo as Supertrees.
Hotel Fullerton – Fullerton Heritage. O Fullerton Hotel Singapore é um luxuoso hotel de 5 estrelas, localizado na baixa de Singapura e em frente à Marina Bay. Mas o Fullerton é muito mais que um hotel. Originalmente, foi um edifício de escritórios e a central de Correios de Singapura. É considerado o ponto zero da cidade. Hoje em dia, o nome Fullerton significa a cultura de toda uma zona, com diversos edifícios históricos, centros comerciais, hotéis, restaurantes, passeios marítimos, que, em conjunto, compõem a Fullerton Heritage. O local é de visita gratuita e vale a pena a visita.
Jardim Botânico de Singapura. Singapura é a ‘cidade-jardim’. O Jardim Botânico é o primeiro património da Unesco no país. Além de ser um local recreativo para fazer jogging, almoçar ou descansar, é também um centro de pesquisa botânica e agrícola. O espaço é enorme e contempla o National Orchid Garden (o maior jardim de orquídeas do mundo), alguns museus como o SBG Heritage Museum, que apresenta diversas exposições, e o Jardim Infantil Jacob Ballas, onde as crianças podem brincar e realizar atividades pedagógicas tendo por base a vida das plantas.
Merlion Park. O mítico Merlion (cabeça de leão e corpo de peixe) é o ícone nacional de Singapura. O corpo simboliza o início humilde de Singapura, como vila de pescadores, e a cabeça o nome original de Singapura, “Cidade do Leão” em malaio. A estátua tem quase 9 metros e pesa 70 toneladas. É um dos locais turísticos mais procurados e um marco de Singapura.
Singapore Flyer. Localizado no coração da Marina Bay, o Singapore Flyer é a maior roda gigante de observação de toda a Ásia e a segunda maior do mundo. Do topo, consegue-se ver praticamente toda a cidade e em dias de boa visibilidade, a Malásia e partes da Indonésia. Tem 165 metros, 28 cápsulas de vidro e cada volta demora cerca de 30 minutos.
Museu ArtScience. No coração de Marina Bay Sands, encontramos o Museu de Arte e Ciência, um testemunho da fusão de arte e tecnologia. Esta obra-prima arquitetónica, projetada pelo arquitecto Moshe Safdie, apresenta um formato impressionante inspirado na flor de lótus, que integra perfeitamente os mundos natural e artificial. No interior, os visitantes têm uma série de exposições que exploram a intersecção entre arte, ciência e tecnologia de ponta.
Uma das exposições mais cativantes do museu é a experiência Future World, uma jornada multissensorial que mergulha os visitantes num mundo de arte digital de ponta e instalações interactivas. Disponibiliza projecções inspiradoras, permite a manipulação ambientes virtuais e até mesmo criar a sua própria arte digital, tudo isto cercado pelos sons e visuais hipnotizantes do futuro.
Aeroporto de Changi. A porta de entrada para o ‘futuro’ é o Aeroporto Changi de Singapura que espelha o compromisso da cidade-Estado em abraçar o futuro. Além de ser um exemplo de infraestruturas de transporte aéreo de classe mundial, o Aeroporto de Changi tornou-se um destino por si só, ostentando uma infinidade de atracções e comodidades futurísticas que redefinem a experiência de viagem. Uma das características mais impressionantes do aeroporto é o Jewel, um complexo com cúpula de vidro e aço que abriga uma vasta gama de opções de compras, restaurantes e entretenimento. No centro da ‘Jóia’ fica a Rain Vortex, a queda de água interna mais alta do mundo, cercada por jardins exuberantes e exibições de luzes fascinantes. Mas a verdadeira maravilha tecnológica está no Terminal 4 do Aeroporto de Changi, concebido para pensar no futuro viajante. Aqui, encontra-se sistemas de auto-atendimento de última geração para ‘check-in’, tecnologia de reconhecimento facial e até robôs a auxiliar na gestão de bagagens e serviços de ‘concierge‘. É um vislumbre do futuro das viagens aéreas.
Raquel Rodrigues é gestora, viajante e criadora da página R.R. Around the World no Facebook.
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