Novidades Literárias

Estante P1: Setembro de 2022

view of floating open book from stacked books in library

por Sónia Valente // Outubro 2, 2022


Categoria: Cultura

Temas: Estante P1

minuto/s restantes

Título

A casa ocupada

Autora

Graça Videira Lopes

Editora

Dom Quixote

Sinopse

Um brasileiro torna-viagem mandou construir um palacete à Junqueira, em Lisboa, em 1889, para nele instalar a numerosa prole que não cessou também de aumentar fora de casa. O edifício — abandonado pelos anos 1950 e ocupado na sequência da revolução de abril de 1974 — está hoje transformado num condomínio de luxo onde moram Pedro e Júlia, um jovem casal de economistas.

É pela voz de Júlia — curiosa sobre o passado da casa —, mas também da sua cunhada Sofia, do namorado desta e de outros narradores, que vamos conhecendo não só as histórias das próprias personagens, mas também as que elas vão gradualmente descobrindo: a do republicano José Anastácio, o primeiro proprietário do palacete; e a do pai de Pedro e de Sofia, maoista em tempos da Revolução de 1974 e empresário de sucesso muitos anos depois.

Inteligente, divertido e cheio de surpresas, este romance — finalista do Prémio LeYa em 2021 — toma as décadas anteriores à implantação da República, os anos da Revolução de Abril e os tempos atuais como contexto e cenário, para nos oferecer um retrato breve e irónico de algumas elites portuguesas, desde finais do século XIX até aos nossos dias.

Título

A trilogia de Copenhaga

Autora

Tove Ditlevsen

Editora

Dom Quixote

Sinopse

Considerada "uma obra-prima" pelo The Guardian, A Trilogia de Copenhaga reúne num único volume Infância, Juventude e Relações Tóxicas, os três livros fundamentais de Tove Ditlevsen, aclamada como uma das vozes mais importantes e singulares da literatura dinamarquesa do século XX.

Uma obra corajosa e honesta que representa um exercício pioneiro no campo da escrita confessional, explorando temas como a família, o sexo, a maternidade, a toxicodependência e as dificuldades da mulher para ser artista.

Durante a sua vida, Ditlevsen teve de lidar com a tensão entre a sua vocação de escritora e os seus papéis de filha, esposa e mãe, bem como a sua condição de viciada, o que a levou a escrever sobre a experiência e a identidade feminina de uma maneira muito à frente do seu tempo e ainda pertinente para as discussões actuais em torno do feminismo.

Embora baseada nas experiências da autora, A Trilogia de Copenhaga lê-se como a ficção mais empolgante, sendo notável pela sua intensidade e descrição imersiva de um mundo de complexas amizades femininas, relações familiares e literatura — nesse sentido, é a resposta de Copenhaga aos romances napolitanos de Elena Ferrante. Por outro lado, Ditlevsen pode também ser vista como uma precursora espiritual de escritores confessionais como Karl Ove Knausgård, Annie Ernaux, Rachel Cusk e Deborah Levy.

Título

Adeus, Casablanca

Autor

João Céu e Silva

Editora

Guerra e Paz

Sinopse

E se, finalmente, Hollywood fizesse a continuação do filme Casablanca, o mítico filme que ainda hoje seduz milhões de pessoas em todo o mundo, e a trama girasse em torno do desvio de um avião da TAP, o primeiro grande acto de protesto político aéreo de sempre e que causou a Salazar tantos dissabores quanto o filme Casablanca causou a Hitler?

Adeus, Casablanca fala-nos desse evento verídico que servirá de inspiração à argumentista de Hollywood que está a escrever o guião da sequela de Casablanca e para quem o desvio do Super-Constellation se torna uma obsessão e, também, uma revelação.
Neste cenário histórico, recorda-se a vigilância da polícia política sobre os exilados portugueses no norte de África, bem como a realização da Conferência de Casablanca, em que se defendia o fim da presença portuguesa nas províncias de África.

Neste Adeus, Casablanca não podia faltar a recriação da vida marroquina dos tempos em que Paul Bowles vivia em Tânger, em que a espionagem era algo bem real e em que o exílio para a vida era o preço a pagar pelas opções que se faziam.

Título

Consumidos pelo fogo

Autor

Jaume Cabré

Editora

Tinta da China

Sinopse

Ismael, ou o homem a quem na maior parte do tempo, não por acaso, devemos chamar Ismael, não teve uma infância fácil. Ainda assim, conseguiu superar obstáculos, estudar, tornar-se professor de línguas e literatura, e instalar-se, mesmo que sem grande estrondo, numa existência rotineira e pacata.

Isto até ao dia em que lhe cai um botão da camisa e reencontra uma antiga vizinha, aproximando-se da felicidade. Isto até ao dia em que vai comprar pão e, pelo caminho, aceita boleia de um antigo aluno. Isto até ao dia em que acorda confuso e atordoado num hospital, recordando apenas com clareza os livros que leu.

Depois desse dia, nada voltará a ser igual, com a destreza narrativa de Jaume Cabré a conduzir-nos irresistivelmente por um labirinto de memórias difusas, dilemas, personagens complexas, amores impossíveis, destinos implacáveis, falenas e javalis.

Título

Linha da frente

Autor

Arturo Pérez-Reverte

Editora

ASA

Sinopse

São 00h15 e não há luar.

Agachadas na escuridão, imóveis e em silêncio, as dezoito mulheres da secção de transmissões observam o denso desfile de sombras que se dirige para a margem do rio. Não se ouve nem uma voz, nem um sussurro. Só o som dos passos, às centenas, na terra molhada pelo relento noturno; e, às vezes, o leve entrechocar metálico de espingardas, baionetas, capacetes de aço e cantis. A sucessão de sombras parece interminável.

Assim começa Linha da Frente, na noite de 24 para 25 de julho de 1938. A XI Brigada Mista do Exército da República atravessa o rio para se estabelecer em Castellets del Segre. Mas as tropas nacionalistas defendem a área. A Batalha do Ebro está prestes a começar, a mais cruel e sangrenta de todas as batalhas da Guerra Civil.

Pela primeira vez em trinta anos de carreira literária, Arturo Pérez-Reverte aborda a Guerra Civil Espanhola. Combina ficção, factos históricos e testemunhos pessoais, colocando o leitor entre aqueles que, por vontade própria ou por força das circunstâncias, lutaram nas frentes de batalha. O que resulta é mais do que um romance sobre a guerra civil, é um retrato de homens e mulheres em tempos de guerra.

Título

Memorial de Aires

Autor

Machado de Assis

Editora

Tinta da China

Sinopse

O último romance de Machado de Assis marca o nascimento de uma NOVA COLECÇÃO da Tinta da China, dedicada ao melhor da literatura brasileira e coordenada por Abel Barros Baptista e Clara Rowland.

Memorial de Aires é o último romance de Machado de Assis, publicado no ano da sua morte (1908). Obra extremamente depurada, é a segunda atribuída ao conselheiro Aires, diplomata aposentado, que apareceu no romance anterior, Esaú e Jacó (1904), onde é personagem e autor ficcional. Agora, escreve um conjunto de anotações quotidianas, o Memorial, nos anos de 1888 e 1889.

 No cenário da abolição da escravatura, Aires é uma figura complexa como testemunha e comentador: acompanha o velho casal Aguiar e a sua orfandade às avessas, enquanto na escrita se dedica à bela viúva Fidélia, e se envolve nos meandros divagantes do seu próprio e inesperado desejo. Ao mesmo tempo terno e cruel, o livro oscila entre o apontamento disperso e a narrativa escorreita, sempre contido e conciso, enquanto a sombra discreta do Fausto perpassa melancólica, quase indiferente…

Título

Psicopatas portugueses: livro segundo

Autora

Joana Amaral Dias

Editora

Oficina do Livro

Sinopse

Psicopatas portugueses é o primeiro e único trabalho clínico no nosso país que reúne os principais protagonistas da criminologia portuguesa.
Neste segundo volume, que aprofunda mais treze casos arrepiantes — como o da praia do Osso da Baleia, o massacre de Vila Fria, o assassinato de Carlos Castro ou, mais recentemente, crimes cometidos por jovens mulheres como a matricida Diana Fialho, a sinistra dupla Maria Malveiro e Mariana Fonseca ou as irmãs que mataram um recém-nascido à facada —, a psicóloga clínica e criminóloga Joana Amaral Dias prossegue a sua viagem desconcertante ao abismo escuro das mentes dos homicidas mais perversos de Portugal, fazendo a análise psicológica forense dos assassinos e reconstituindo com minúcia os actos hediondos que protagonizaram.
Apesar da clara incidência na actualidade, Psicopatas portugueses: livro segundo faz-nos também recuar até ao século XIX, ao encontro dos impulsos assassinos do último condenado à morte pelos nossos tribunais e, ainda, do tenebroso Dr. Urbino de Freitas, um médico do Porto que matava em vez de salvar vidas.

Título

Sangue e cinzas

Autora

Jennifer L. Armentrout

Editora

Marcador

Sinopse

Primeiro volume da série Sangue e cinzas

Prestes a completar dezanove anos, Poppy prepara-se para a sua Ascensão. Ou antes, é preparada para a sua Ascensão, já que, como em tudo o resto na sua vida, não tem alternativa. Sendo a Donzela, será entregue aos deuses de qualquer forma, seja lá o que isso signifique.

Destinada a salvar Solis dos Atlantianos, que amaldiçoaram o reino com a criação dos terríveis Insaciáveis, Poppy não entende o que está para vir nem sabe se está pronta para ser entregue aos tais deuses ou se deseja sequer sê-lo.

Título

Tomás Pereira e o imperador Kangxi: um diálogo entre a China e o Ocidente

Autora

Teresa Sena

Editora

Guerra e Paz

Sinopse

Sabemos pouco sobre a vida de Tomás Pereira — como acontece com Luís de Camões e muitos outros personagens eminentes de diversas épocas. No entanto, tal como com Luís de Camões, foram os seus grandes feitos históricos que o fizeram entrar nas páginas da História.

Tomás Pereira foi um jesuíta português de Seiscentos que se notabilizou por ter entrada na Cidade Proibida e por se ter tornado, durante 36 anos, num leal e influente conselheiro do imperador chinês Kangxi, actuando não apenas na esfera interna da corte, mas também na cena diplomática e política da China.

Este livro irá certamente suscitar a curiosidade e o interesse do leitor pela vida invulgar deste religioso que contribuiu para o diálogo entre o Oriente e o Ocidente, estabelecendo uma relação de proximidade e de diálogo intercultural nunca antes estabelecida.

Título

Volta aos Açores em quinze dias: diário de bordo de uma viagem para (não) esquecer

Autor

José Pedro Castanheira

Editora

Tinta da China

Sinopse

"Para ser franco, a frescura e o vigor das páginas seguintes valem sobretudo pelas agruras que atingiram estes intrépidos navegadores bissextos.

Graças à lei natural implícita na célebre entrada de Tolstoi em Anna Karenina, foram os transtornos e os maus bocados a bordo, as noites quase em branco e os assaltos do mal de mer que transformaram o que seria um simpático livro de viagens para consumo gostoso de açorianos e açorianófilos num documento que se catapulta para patamares muito acima do mero jornalismo. É só entrar a bordo do Avanti pela mão do narrador e deixar que uma viagem de gozo vicário se desenrole diante de nós.

Apreciemos a vantagem de entrar num universo real — nada aqui é ficção! — sem passar pelos males sofridos pelos tripulantes autênticos. Em vez de sustos e enjoos, encontraremos garantido deleite."

Onésimo Teotónio Almeida, Prefácio

Título

O tempo entre os nossos dedos

Autor

Manuel Andrade

Editora

Idioteque

Sinopse

Este é um romance arrebatador e absolutamente tocante que trata filosoficamente o tempo que nos escapa, esse que se vai num ápice e que já não podemos recuperar, o mesmo que nos leva de lambidos num arrasto.

Tendo por personagem central Afonso, esta obra é um indelével hino à vida e à pulcritude que podemos ir colhendo da existência, nas coisas mais ínfimas, como nos atos sempre tão efémeros.

Escrito durante 10 anos pelo reconhecido autor do livro “Três bichos te esperam, quatro te comerão”, esta obra está já a ser considerada, por muitos, como a mais fecunda de Manuel Andrade.

Título

Atlas mundial da água

Autor

David Blanchon

Editora

Guerra & Paz

Sinopse

Mais de 600 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a água potável. A água é o recurso mais precioso da Terra.

Nesta edição, irá encontrar mais de 100 mapas e gráficos actualizados que nos oferecem uma imagem completa dos desafios que o mundo enfrenta actualmente para uma melhor gestão da água.

Com ilustrações de Aurélie Boissière.

O jornalismo independente DEPENDE dos leitores

Gostou do artigo? 

Leia mais artigos em baixo.