Além das exigências fiscais, o PÁGINA UM, tal como os outros órgãos de comunicação social, tem de divulgar, junto da Plataforma da Transparência da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), diversos dados económicos e financeiros, conforme os artigos 3º e 4º do Regulamento nº 348/2016, publicado em Diário da República, 2ª série, de 1 de abril de 2016.
Como é do conhecimento público, o modelo de negócio do jornal PÁGINA UM é muito sui generis no contexto dos media portugueses: não temos publicidade nem parcerias comerciais e, nessa medida, os rendimentos provêm, em exclusivo dos donativos, desde a constituição da empresa gestora (Página Um, Lda. em Abril do ano passado).
Nesa medida, os rendimentos totais (que não incluem os donativos do FUNDO JURÍDICO) foram, no ano económico de 2022, de 42.810 euros, que serviram para suportar encargos muito diversos (estrutura e funcionamento do jornal e sobretudo pagamentos de jornalistas). Saliente-se que os donativos são sempre considerados fiscalmente como rendimentos, embora não como vendas ou prestação de serviços. O PÁGINA UM não recebe nem nunca recebeu donativos em numerário, sendo todos os donativos feitos através de meios electrónicos registados (transferência bancária e meio indirectos como Paypal e Steady).
A estratégia de gestão do PÁGINA UM passa também por uma política de não-endividamento, pelo que o passívo do PÁGINA UM se circunscreve a pequenas dívidas ao Estado por pagamentos a efectuar em Janeiro deste ano e ao IRC dos resultados líquidos positivos.
O PÁGINA UM apresentou assim resultados líquidos positivos, com um lucro de 1.843 euros.
São valores que, no quadro da imprensa, e para um projecto desta natureza, nos mostra que o PÁGINA UM tem sustentabilidade, mesmo se em moldes ainda minimalistas.
Neste momento, conseguimos ter, em média, a produção de três ou quatro conteúdos diários, entre notícias, artigos e entrevistas, além da criação do P1 PODCAST, um projecto que se encontra em forte consolidação,e que veio substituir um projecto algo falhado que foi o P1 TV,embora com a produção de um documentário.
Com mais apoios, por certo garantiremos sim uma maior produtividade, com a mesma ou ainda maior qualidade e assertividade. E sem esquecer também um dos nossos maiores desafios: a luta a favor de uma maior transparência da Administração Pública, de que o FUNDO JURÍDICO, que tem sustentado os encargos dos processos em Tribunal Administrativo, constitui a nossa principal arma.
Lembremo-nos que no contexto da imprensa mainstream, a generalidade das empresas de comunicação social apresentam, por regra, prejuízos (e muito elevados), com passivos aflitivos. O PÁGINA UM poderia optar por uma estratégia de endividamento para poder investir mais, mas consideramos que temos ainda uma margem de crescimento, através do aumento dos donativos, por via da qualidade do nosso trabalho, necessitando também de chegar a cada vez mais pessoas.
O PÁGINA UM quer mesmo provar que a sustentabilidade de um órgão de comunicação social está enraizada sobretudo na qualidade jornalística, e que esta é valorizada pelos leitores.
Obrigado a todos os que contribuíram até agora. Esperemos que os resultados que temos mostrado (e agora também financeiros) contribuam para que tenham a convicção que os apoios foram por nós bem aplicados. Para aqueles que ainda não contribuíram, esperemos que tenham essa oportunidade. Como tem sido o nosso lema, a independência do jornalismo depende dos leitores.
Pode ler AQUI o relatório da ERC com os dados financeiros relevantes do PÁGINA UM, Lda.
Pedro Almeida Vieira
Director do PÁGINA UM e gerente do PÁGINA UM, Lda.
O jornalismo independente DEPENDE dos leitores
Pode apoiar o PÁGINA UM pode fazer o seu donativo de diversas formas, através desta ligação. O FUNDO JURÍDICO tem uma contabilidade autónoma ao PÁGINA UM, gerido pelo seu director, para evitar que os donativos sejam considerados rendimentos para efeitos fiscais.
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