Hoje, o nosso colunista Tiago Franco escreveu, na sua coluna de opinião do PÁGINA UM, sobre os “engenheiros roubados a Portugal” que chegam à Suécia “sem nunca terem recebido um salário” no nosso país, “e que, em pouco tempo, se adaptam a tudo o que lhes aparece pela frente: ao clima que não ajuda ninguém, ao modo de vida, aos ritmos de trabalho, às tecnologias que nunca viram”, acrescentando que “destacam-se perante colegas muito mais velhos, com anos disto”.
E pasmado – força de expressão –, o Tiago Franco diz que gostaria de saber “de onde virá tanta fome de aprender”, colocando três perguntas essenciais, quando se confronta aquilo que podemos ser como pessoas, de nacionalidade portuguesa, e aquilo que Portugal, lamentavelmente, é:
“Onde é que errámos?”
“Como é que ficámos tão pobres?”
“De que forma é que fazemos este pessoal regressar e produzir em Portugal?”
E eu respondo-lhe.
Errámos porque permitimos que um Governo desça tão baixo que até tem um ministro como Medina.
Ficámos tão pobres porque permitimos que Governos tenham ministros como Medina.
E, quanto à terceira questão: que esqueça ele regressos de emigrantes portugueses em massa enquanto tivermos políticos como Medina.
Fernando Medina, o Medina, surge aqui como representante de um homem que sempre viveu debaixo de António Costa – não direi que é um capacho, mas andou sempre onde andaram os pés do actual primeiro-ministro –, mas também como metonímia de político medíocre, sem chama nem garra, sem uma ideia nem plano, que passeia a sua nulidade num país político sem glória nem honra.
Os Medinas – que encontram, no actual Governo a sua máxima plenitude – vivem com e da manipulação, da mentira e da sem-vergonhice, mas confiantes da ilimitada capacidade dos portugueses – dos que aqui estão, não dos que partem – em suportar todas as suas diatribes.
Os Medinas, e sobretudo o seu máximo representante, o Fernando, já esteve envolvido nas mais díspares polémicas, a começar com o caso das denúncias de activistas à embaixada russa, antes da Rússia ser um pária para o mundo lusitano, quando ele era o alcaide alfacinha. Este ano, já perdi a conta aos casos e aos casinhos deste Governo, quase sempre tendo o Fernando envolvido, mas sempre conseguindo ele, com o beneplácito de todos, incluindo do seu eterno chefe Costa, manter-se como um sempre-em-pé.
Hoje, Medina, o Fernando, e todos os outros Medinas do Governo espetaram mais um prego no caixão da nossa já podre democracia.
Dias sem fim, andou o Governo a garantir a existência de um parecer jurídico defendendo justa causa para o despedimento da ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener. Para salvar o coiro, o Governo não se importou de imolar uma estrangeira e uma mulher num circo mediático.
A seguir, o Governo fez aquilo que melhor sabe fazer, e que durante a pandemia melhor desenvolveu: manipulou, mentiu e escondeu, não exactamente por esta ordem, até porque age de acordo com as circunstâncias. E confia numa comunicação social dócil.
Ainda ontem, através de uma nota enviada à agência Lusa – que, nos últimos anos, parece funcionar como uma espécie de Pravda do Governo de Costa –, o gabinete da ministra-Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, sustentava que “o parecer em causa não cabe no âmbito da comissão parlamentar de inquérito” e que “a sua divulgação envolve[ria] riscos na defesa jurídica da posição do Estado”.
E hoje, afinal, Medina, o Fernando, como ministro de um Governo podre, veio dizer que, afinal, o parecer nunca existiu. E mantém-se, consta, ele como ministro… e todos os outros.
Enfim, temos um Governo de gente de má índole, que desonra as palavras, os actos, os portugueses. Um país onde o próprio Presidente da República permite que sejamos geridos por um Governo de aldrabões. Um Governo que nos envergonha. Um Governo que só nos ajuda a ser piores. Cá dentro.
E queres tu, Tiago Franco, regressar da Suécia e veres regressar os nossos compatriotas? Para isto? Para esta “merdina”?