Na semana passada, escrevi que Medina representava o pináculo de um Governo de aldrabões. A mentira, o obscurantismo e a manipulação são, já há muito, marcas de um estilo de vida e de desgoverno desta gente que, confundindo interesses corporativos – no sentido de interesses pessoais – com o interesse público, usam o Governo para abusar do Estado. E abusam de nós.
Sempre sabemos que, na vida, e também na política, que um mal sempre pior pode ficar. Ainda mais quando António Costa, querendo chegar ao fundo do poço com Fernando Medina, ainda arranjou um Galamba para depois escavar ainda mais.
Quando um primeiro-ministro não tem o discernimento para sequer antever o desastre de nomear João Galamba para ministro das Infraestruturas, é porque já passou o prazo de validade. Galamba não podia ser melhor escolhido para um fim de ciclo trágico-cómico: é o típico ministro com faca na liga, a quem se espera sempre dali sair arruaça, que parece ter mesmo sucedido no Ministério das Infraestruturas pela posse de um comprometedor computador.
Por mais que possamos imaginar que o assessor Frederico Pinheiro – que anda em andanças de gabinetes governamentais desde 2017 – seja um incompetente, um violento, um criminoso e o diabo a quatro, os episódios mais recentes envolvendo o gabinete de Galamba, tal como todos os que já apanharam o de Medina, mostram um bando desgovernado em plena queda livre – ironicamente à conta da TAP.
Este segundo Governo de Costa faz-nos lembrar, cada vez mais, o Governo de Santana Lopes, com os seus rocambolescos episódios quase diários no Verão de 2004, e que viriam a ditar a dissolução da Assembleia da República.
Quem será o Henrique Chaves de António Costa é a única incógnita. Quem quer que seja, certo que involuntariamente prestará um serviço público ao país, mesmo havendo, por aí, um fantasma chamado Chega, que amedronta muitos – eu inclusive, já agora.
Mas antes tudo do que isto. Neste momento, o país já nem sequer está no estado do pântano de Guterres – isto já parece mais uma cloaca. É altura de puxar o autoclismo. Fim de ciclo.