RECENSÃO - SÉRIE DE TELEVISÃO

Night Agent

por Bernardo Almeida // Maio 6, 2023


Categoria: Cultura

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Título

The night agent (2023)

Género

Drama: Thriller policial

País de origem

Estados Unidos

Plataforma

Netflix

Criador

Shawn Ryan

Actores principais

Gabriel Basso; Luciane Buchanan; Eve Marlow; D.B. Woodside; Sarah Desjardins; Hong Chau

Nota

5/10

Recensão

Baseada no livro de Mathew Quirk, Night agent é um thriller policial americano criado por Shawn Ryan, o também criador de séries de êxito como The shield e SWAT, distribuída pela Netflix.

O jovem actor Gabriel Basso é o protagonista deste enredo que interpreta o papel de um agente administrativo no FBI. Tem como profissão atender um telefone específico se e quando este tocar.  Do aborrecimento em que nada acontece, eis que o telefone toca e rapidamente Peter Sutherland (Basso) é confrontado com uma conspiração que vai até às mais altas patentes.

No outro lado da linha está a sua co-protagonista, a actriz Luciane Buchanan que interpreta o papel de Rose Larkin, uma empresária de IT que testemunha o assassinato dos seus familiares. Juntos irão tentar descobrir o que está por detrás do novelo.

Night agent conta ainda com a participação D.B. Woodside, Eve Marlow, Sarah Desjardins e Hong Chau em papeis secundários. Erik Monks (Woodside) é um agente veterano condecorado, mas com um problema de dependência de drogas. Ellen (Marlow) é uma assassina que quer assentar e criar uma família. Maddie ( Desjardins) é filha do vice-presidente americano que, como pai ausente, alberga-lhe ressentimentos e Diane Farr ( Chau) é a chefe de pessoal da Casa Branca, um lugar de extrema responsabilidade.

Esta série, cuja acção é uma constante ao longo dos seus 10 episódios, contrapõe várias narrativas, e talvez seja esse o lado mais positivo, uma vez que traz um pouco mais de profundidade à história, e, de um ponto de vista mais técnico, consegue fazer um bom equilíbrio entre as sequências de acção e o aprofundar dos arcos de cada personagem.

Porém, há alguns aspectos menos positivos desta trama, que é já a sexta série de língua anglo-saxonica mais vista da Netflix, tendo só na primeira semana de exibição obtido quase 200 milhões de espectadores.

Não obstante os clichês destes géneros, ou seja, os twists, as duplicidades das personagens, as explosões e perseguições que entretêm a audiência, há muitos diálogos pouco credíveis, e por isso maus, e a aposta em actores pouco conhecidos do grande público nem sempre corre bem.

O destaque mais negativo vai para Luciane Buchanan, que é de longe a actriz que mais desafia a suspensão da descrença e consegue algumas vezes criar o desejo de carregar no botão do comando para passar para à frente.

Assim, Night agent é uma série mais ou menos. Apresenta, de forma não subtil, o idealismo na forma de um jovem devoto que ainda vê o mundo preto no branco, a masculinidade típica do queixo forte americano e do músculo como elemento de força e preserverança. Por outro lado mostra também os cinismos do mundo cinzento que a idade traz consigo, num mundo onde a pegada digital é uma vulnerabilidade e os hackers são tão astutos e eficientes como o homem e a sua arma.

Traz outros temas como o drama familiar, o amor e desamor de filhos e pais e, como muitas outras séries modernas, as guerras de género, neste caso pelo lugar mais alto da política americana.

Neste sentido estamos perante muita propaganda, que reforça os ideais americanos de sentido de dever, crença no triunfo das forças do bem e que, com menos recursos que os outros, essa crença supera as organizações maléficas que atentam contra os pilares da liberdade e da verdade.

Em resumo, é uma “Americanada” total. Consegue entreter e, também por isso, já viu aprovada  para já, pelo menos, uma segunda temporada.

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