Novidades Literárias

Estante P1: Julho de 2023

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por Redacção PÁGINA UM // Agosto 4, 2023


Categoria: Cultura

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Título

Influência, nova edição revista e aumentada: a psicologia da persuasão

Autor

Robert B. Cialdini

Editora

Lua de Papel

Sinopse

O grande clássico sobre a psicologia da persuasão, atualizado para a era digital.

Robert B. Cialdini, o mais conhecido e respeitado cientista social a trabalhar na área da Psicologia da Persuasão, explica todas as técnicas de persuasão e o modo de as aplicar eticamente na vida pessoal e profissional. Ao usar histórias reais e exemplos concretos, torna acessível um campo de conhecimento vasto e complexo.

Aqui vai encontrar os 7 Princípios Fundamentais da Influência:

Reciprocidade: Se me dão algo, sinto‑me obrigado a retribuir;

Compromisso e coerência: Assim que tomamos uma posição, agarramo‑nos a ela, mesmo que esteja errada;

Prova social: Quando não sabemos o que fazer, procuramos resposta nos exemplos dos outros;

Gostar: Temos mais facilidade em concordar com pessoas de quem gostamos;

Autoridade: Obedecemos mais facilmente a pessoas que revelam autoridade;

Escassez: Cobiçamos mais os bens escassos;

Unidade: O novo princípio revelado nesta edição.

Quando perceber e dominar estes sete princípios, poderá usá‑los para melhor persuadir os outros, mas também para se defender de quem os usar contra si.

Influência – A psicologia da persuasão é mais que um livro: é, ao mesmo tempo, a espada e o escudo protetor.

Título

Nenhum homem é uma ilha

Autor

Thomas Merton

Editora

Lua de Papel

Sinopse

Em Dezembro de 1941 o jovem Thomas Merton bateu à porta do Mosteiro de Gethsemani, determinado a juntar-se à Ordem dos Monges Trapistas, uma das mais ascéticas da Igreja Católica. Durante três dias fez o que lhe era pedido: lavou pratos, encerou o chão e dormiu sempre com a janela aberta para provar o seu empenho. Foi aceite como noviço.

Viveria os 27 anos seguintes no mosteiro, até à sua morte, saindo apenas para espalhar a palavra de Deus, para unir diferentes fés ou para lutar pelas causas justas - como o movimento dos direitos civis encabeçado por Martin Luther King. Pelo meio, escreveu sempre, com a bênção dos seus superiores, que lhe reconheciam o enorme talento de escritor.

Uma das suas obras que ficou para a história é esta: Nenhum homem é uma ilha. Os versos de John Donne ("Nenhum homem é uma ilha, completamente isolada…) são o mote para uma série de reflexões sobre a vida espiritual.

A esperança, a consciência, a misericórdia ou o silêncio são alguns dos temas que o autor explora numa prosa firme, segura, que tanto oferece uma mão que guia, como convida à introspeção. Obra ímpar do catolicismo contemporâneo, é também um apoio seguro para a descoberta do sentido da vida.

Título

O atrito da memória: colonialismo, guerra e descolonização no Portugal contemporâneo

Autor

Miguel Cardina

Editora

Tinta da China

Sinopse 

Como se edificou o colonialismo português? De que forma a guerra colonial se constituiu como a sua etapa derradeira? Qual a memória dominante sobre este período histórico e que disputas públicas se têm expressado nos últimos anos?

A memória da guerra, do colonialismo e da descolonização é uma realidade viva no Portugal democrático, apesar de ainda ser necessário aprofundar o debate que uma questão desta magnitude convoca. Num momento em que nos preparamos para celebrar os 50 anos do 25 de Abril e da revolução, enfrentar essa memória e os efeitos do colonialismo implica fazer uma reflexão indispensável sobre o Portugal de ontem, de hoje e de amanhã.

«É necessário discutir este passado para que se possa abrir espaço para outros futuros. Na verdade, o longo trajeto colonial transporta heranças ativas que devemos ter a responsabilidade de saber enfrentar. A palavra decisiva talvez seja essa: responsabilidade. Ou seja, lidar abertamente com uma trama que se expressa, entre outros aspetos, na mitificação nacionalista da história, nas várias manifestações de um racismo sistémico, e na desconsideração da natureza intrinsecamente violenta do colonialismo. Estes aspetos não podem ficar na penumbra da história: um passado soterrado não é um passado morto; é um passado enterrado vivo. Mais de 60 anos volvidos sobre o início da guerra, quase 50 anos depois das independências africanas e da descolonização, é certo que a maioria da população portuguesa já nasceu depois desses acontecimentos. Mas nada disto pode ser considerado como uma simples curiosidade histórica que apenas diz respeito a quem viveu ‘aquele tempo’. O presente que habitamos é ainda feito desses escombros.»

Título

O planisfério 

Autor

Luís Carmelo

Editora

Guerra & Paz

Sinopse

Leonel não conta a praticamente ninguém que foi virgem até muito tarde, relevando-o a M. Annaëlle, a mulher que conhecia a mão dele como a de mais ninguém. a ela, conta-lhe todas as mulheres, todos os corpos, todos os suores.

Contudo, no dia do velório de Leonel, irão ser relatadas as suas memórias, mesmo que incompletas, mesmo que cheias de meias-verdades… 

A realidade foi sempre para Leonel um álibi sem saída, cheia de uma felicidade pela qual se espera - como a virgindade que o cingiu por tanto tempo -, mas para a qual nunca se está preparado - Leonel sentirá isso mais do que ninguém, na pele, nos ossos, na alma, na sua virgindade.

Tal como uma imensa nuvem de pássaros rodopiantes nos céus nos dá uma sensação de liberdade, apesar do assombro que causa, também O planisfério é um romance que nos liberta, ao mesmo que nos interroga e interpela, mantendo-nos presos a um fio comprido de história que nos deixa ofegantes, a enlaçar com as pernas tudo aquilo de que nos lembramos, que nos deixa agarrados à realidade. 

Mas será que tudo o que sabemos de Leonel caberá num único Planisfério?

Título

O meu Michael

Autor

Amos Oz

Editora

Dom Quixote

Sinopse

Hannah Gonen é uma jovem mulher israelita, culta e complexa, casada com Michael, um homem honesto mas desinteressante. O seu casamento, aparentemente pacífico, desintegra-se gradualmente à medida que a insatisfação de Hannah se intensifica, levando-a a refugiar-se num mundo de fantasia, num universo íntimo que é terreno para a realização dos seus sonhos e desejos mais secretos.

À medida que Hannah nos conta a sua história, a narrativa oscila entre as imagens evocativas do seu imaginário e a observação perspicaz dos pormenores da vida quotidiana. Sempre presente está Jerusalém – a um tempo símbolo do Estado e metáfora da estabilidade, ambos ameaçados por forças internas e externas.

História de desamor e desencanto, O meu Michael é um retrato apaixonante da polémica realidade israelita, à época afetada pela crise do Suez e pela iminência da guerra. Inicialmente publicado em 1968, este foi o romance que consagrou Amos Oz como um dos grandes nomes da literatura mundial, tendo-se tornado um marco na sua tão aplaudida carreira.

Título

A guerra dos chips

Autor

Chris Miller

Editora

Dom Quixote

Sinopse

O confronto entre a China e os EUA pelo recurso mais crucial do mundo – os semicondutores.

Muita gente ficaria surpreendida por saber que os semicondutores são o novo petróleo – o escasso recurso de que depende o mundo moderno. Hoje, o poder militar, económico e geopolítico está alicerçado nos chips dos computadores. Virtualmente tudo – desde os mísseis aos micro-ondas, dos smartphones à bolsa de valores – funciona com semicondutores.

Até muito recentemente, os Estados Unidos desenharam e produziram os chips mais avançados e mantiveram a liderança como a primeira superpotência. Hoje, os EUA estão a perder a vantagem. Acresce que a China, que gasta mais dinheiro a importar chips do que a importar petróleo, está a investir dezenas de milhares de milhões de dólares num plano para destronar os EUA da liderança – um esforço ilimitado para adquirir a tecnologia mais importante do mundo. Não está em causa apenas a prosperidade económica dos Estados Unidos, mas também a superioridade militar.

A guerra dos chips conta a fascinante história de como os minúsculos chips de silício surgiram para redefinir o mundo, desde os investigadores geniais que os inventaram e os titãs da tecnologia que construíram Silicon Valley, e os lucros que geraram, até aos oficiais do Pentágono que os usaram para revolucionar o poder militar. E revela o moderno cenário dos semicondutores, em que os chips de vanguarda são produzidos a partir dos componentes eletrónicos mais pequenos algum dia fabricados, tudo para apoiar uma indústria gigantesca que envolve cadeias de fornecimento à escala global imensamente complexas e abastece algumas das companhias mais valiosas do mundo.

Como A guerra dos chips revela de forma provocadora, avizinha-se um ajuste de contas uma vez que a China tenta alcançar a supremacia nos semicondutores enquanto os Estados Unidos se posicionam para a impedir de ganhar a dianteira.

Título

No ser humano tudo tem de ser belo

Autora

Sasha Marianna Salzmann

Editora

Dom Quixote

Sinopse

Como se pode ser «belo» — «o rosto, a alma, a roupa, os pensamentos», como diz Tchekov — num país onde reina a repressão e só quem se submete a um regime restritivo consegue sobreviver? E como poderá esta experiência ser superada quando quem a sofreu não fala dela, nem mesmo depois de emigrar para o Ocidente, nem mesmo com a própria filha?

Em meados dos anos noventa, Lena e Tatiana abandonaram a Ucrânia – uma grávida, outra com a filha pequena – e foram viver para a Alemanha, onde tiveram de começar do zero. Mas Nina e Edi, as raparigas que há muito deixaram de se interessar pelas suas origens, não deixam de perguntar‑se o que verão as mães, com o seu «olhar soviético», quando espreitam pelas cortinas das casas onde hoje vivem. Porém, quando se juntam para a festa do 50.º aniversário de Lena, serão forçadas a admitir que, afinal, partilham uma história comum.

Seguindo o percurso de quatro vidas e os vínculos sempre frágeis entre mães e filhas, Sasha Marianna Salzmann relata-nos uma época de mudanças radicais na Ucrânia numa narrativa com imagens poderosas, repleta de empatia e realismo.

Título

Os meus homens

Autora

Victoria Kielland

Editora

Dom Quixote

Sinopse

Nascida Brynhild Størset, em 1859, numa família modesta na Noruega, Belle Gunness, como ficou conhecida, partiu em busca do sonho americano no final do século XIX. Com o tempo, Belle tornou-se cada vez mais alienada, implacável e perversamente atraente, e terá assassinado mais de quarenta pessoas, a maioria homens.

É o seu incrível destino que está no centro deste romance: o de uma mulher cujas injustiças de classe, a busca pelo amor absoluto e a austeridade religiosa levam à loucura assassina. Da Chicago do final do século XIX a uma quinta em La Porte, no Indiana, Belle atrairá e depois matará os seus maridos, os próprios filhos, os rapazes da quinta e outros jovens escandinavos recém-chegados aos Estados Unidos, que ela seduz por meio de anúncios em jornais. 

Neste romance cru, visceral e hipnótico, Victoria Kielland imagina a tumultuosa vida interior desta norueguesa que se tornou Belle Gunness - a primeira mulher assassina em série dos Estados Unidos. Escrito numa prosa de uma beleza selvagem, Os meus homens é um retrato radicalmente empático e inquietante de uma mulher consumida pelo desejo. 

Os meus homens é um texto carnal e sombriamente poético que dá voz aos tormentos de Belle, ao seu apetite erótico, à sua necessidade insaciável de ser amada e ao peso da culpa luterana que a persegue neste novo país onde ela, como tantos outros, espera reinventar-se.

Título

O obstáculo é o caminho

Autor

Ryan Holiday

Editora

Lua de Papel

Sinopse

"O que impede a ação é o que a faz avançar. O que se põe no caminho torna-se o caminho", escreveu Marco Aurélio em 170.

Em duas frases apenas, o imperador romano sintetizava séculos de filosofia estoica e pavimentava o caminho para centenas de mulheres e homens que a seguiram com sucesso. Um exemplo é o do general alemão Erwin Rommel, que durante a Segunda Guerra Mundial foi enviado para o deserto africano com a missão de derrotar as forças aliadas. Abraçou o espinhoso desafio com paixão e cunhou o seu nome na história. Do lado oposto, Winston Churchill, o primeiro-ministro inglês, viu as suas tropas derrotadas vezes sem conta. Mas também ele vivia o estoicismo de forma exemplar, e usou cada derrota para melhor conhecer o inimigo. 

Ryan Holiday, o ex-marketeer que voltou a pôr o estoicismo no mapa, recorre a histórias reais de personalidades como a primeira-ministra inglesa Margaret Thatcher ou o pai da Apple, Steve Jobs, para ilustrar o seu método para analisar problemas e transformá-los em triunfos.

O obstáculo é o caminho tornou-se um livro de culto, com mais de um milhão de exemplares vendidos em todo o mundo. E mostrou que as qualidades atribuídas à filosofia estoica valem muito mais do que o talento, a inteligência ou a sorte.

Título

O ódio a si mesmo - Aprender a gostar de si próprio

Autor

Alain de Botton

Editora

Dom Quixote

Sinopse

Um guia para a cura emocional e para vivermos uma vida de maior autoaceitação, aprendendo a amarmo-nos a nós próprios.

Subjacente a muitos dos nossos problemas está um fator muitas vezes ignorado: não gostamos muito de nós próprios. Sofremos de ódio a nós mesmos. Dizemo-nos as coisas mais terríveis. Por causa do ódio a nós mesmos tendemos a negligenciar o nosso potencial no trabalho, a enredarmo-nos em relacionamentos frustrantes, a sermos inseguros na nossa vida social e a sofrer de ansiedade e desespero.

Este é um livro que - com imensa compaixão - investiga o fenómeno do ódio a si mesmo. Questiona de onde vem esse sentimento, o que nos impele a fazer, e de como poderemos ultrapassá-lo sem problemas. O tom é ao mesmo tempo esperançoso e realista. Provavelmente passámos demasiado tempo das nossas vidas a odiarmo-nos a nós mesmos e a criticar tudo o que dizemos, fazemos ou sentimos - sem sequer termos consciência disso.

É tempo de ultrapassarmos o masoquismo e avançarmos para o relacionamento de maior condescendência e aceitação para connosco próprios que deveríamos ter tido desde sempre.

Título

Vínculos ferozes

Autora

Vivian Gornick

Editora

Dom Quixote

Sinopse

Nestas memórias profundamente marcantes e perturbadoras, a escritora e ativista Vivian Gornick conta a história da batalha que travou com a mãe durante toda a vida pela sua independência. Escreveram-se já muitos livros sobre mães e filhas, mas nenhum retratou esta relação, a mais próxima de todas as relações filiais, com tanta franqueza e impiedade.

Pela sua coragem assombrosa, Vínculos ferozes é um livro pioneiro, um clássico que ajudou a desencadear a subsequente profusão de livros de memórias e que continua a ser um dos mais impressionantes modelos do género. 

Gornick, uma mulher madura, caminha com a sua mãe idosa pelas ruas de Manhattan, discutindo e recordando o passado, e, ao longo desses passeios repletos de lembranças, reprimendas e cumplicidades, conhecemos a história da luta de uma filha para encontrar o seu lugar e a sua voz no mundo.

Nascida e criada no Bronx, filha de rústicos urbanos, Vivian Gornick cresce num lar dominado pela depressão romântica da mãe, provocada pela morte prematura do marido. No apartamento ao lado vive Nettie, uma viúva atraente cuja sensualidade deliberada exerce forte influência sobre Vivian. Estas mulheres, com os seus modelos opostos de feminilidade, irão afetar o esforço da autora, mesmo em adulta, para se encontrar a si mesma no amor e no trabalho.

Título

Churchill na praia: o velho leão na toalha e na areia

Autora

Sophie Doudet

Editora

Guerra & Paz

Sinopse

Winston Churchill (1874-1965) viveu em dois séculos e duas guerras mundiais. Ao longo da vida, o seu desejo supremo foi o de fazer História, quer marcando-a através das suas acções políticas e históricas, quer escrevendo sobre ela, tendo sido simultaneamente jornalista, estadista, militar, historiador, Prémio Nobel da Literatura e, por fim, pintor até.

Neste Churchill na praia: o velho leão na toalha e na areia, pretende-se oferecer ao grande público, com base em elementos biográficos, e de forma tão rigorosa quanto acessível, o relato da extraordinária carreira deste homem, considerado um visionário e um dos grandes nomes que «fizeram História».

Churchill foi um conquistador e um herói. Foi primeiro-ministro de Inglaterra no momento mais crítico da História, os dias sombrios da II Guerra Mundial, e o seu espírito combativo foi decisivo para levar o mundo livre à vitória sobre o nazismo. Encontre aqui os grandes discursos, admire as suas decisões geniais. E não se espante, se encontrar também as suas mais dolorosas fraquezas.

Título

Freud na praia: a psicanálise na toalha e na areia

Autora

Elsa Godart

Editora

Guerra & Paz

Sinopse

Sigmund Freud (1856-1939) é o epítome de uma revolução – fundador da psicanálise, não é isento de polémicas, levantando-se mesmo a questão se foi um «génio, louco, mestre ou charlatão».

Com o advento da psicanálise, toda uma visão do sujeito humano é posta em causa e, ainda hoje, a figura de Freud suscita os debates mais apaixonados.

Este Freud na praia: a psicanálise na toalha e na areia pretende mostrar ao grande público o seu pensamento através dos elementos biográficos que marcaram a sua vida, permitindo ao leitor (re)descobrir ou compreender Freud e a psicanálise, o funcionamento da psique humana e a sua ideia de cura pela palavra.

Desde o nascimento da psicanálise à sua consagração, passando pelas turbulências da Primeira Guerra Mundial, a doença que o vitimou e seu fim de vida, Elsa Godart faz-nos o retrato de um homem que marcaria indelevelmente a psicologia e a psiquiatria, assim como a forma como vemos a sexualidade, «sem nunca abandonar a sua visão do Homem e da Humanidade».

Um livro que se dirige a todos os que querem responder a esta angústia: porque é que tão difícil viver feliz?

Título

Um Ocidente sequestrado

Autor

Milan Kundera

Editora

Dom Quixote

Sinopse

Um pequeno e precioso livro de extraordinária atualidade para a reflexão sobre a Europa que estamos a construir e os seus fundamentos. 

Este livro reúne dois textos escritos antes da Queda do Muro e do fim da Guerra Fria: o discurso de Kundera, já então uma destacada figura da literatura europeia, ao Congresso dos Escritores da Checoslováquia de 1967, em plena Primavera de Praga, que viria a ser esmagada pela invasão das tropas do Pacto de Varsóvia; e um longo artigo publicado na revista francesa Le Débat, em novembro de 1983, quando Kundera já tinha abandonado a sua pátria para viver em França.

Apresentados respetivamente por Jacques Rupnik e Pierre Nora, estes textos debatem corajosamente as ameaças que pesam sobre a Europa e a sua identidade cultural, a necessidade de liberdade e de autonomia dos criadores artísticos contra uma cultura de propaganda e contra a censura, o papel da barbárie na vida das nações e dos seus povos. São surpreendentemente premonitórios, como acontece muitas vezes com os grandes escritores.

Passos importantíssimos foram dados na construção dessa Europa livre e democrática, e a história deu razão a Milan Kundera: as «pequenas nações» centro-europeias integram agora esse mundo fundado numa cultura livre e respeitadora das línguas e das tradições dos povos que as compõem. Mas as ameaças estão de novo bem à vista, com o ressurgimento das ideias censórias e autoritárias e com a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. As batalhas por essa Europa sonhada por Kundera voltam à primeira linha das nossas preocupações. Eis um livro com uma missão: a de armar o nosso pensamento ajudando-nos a travar essas batalhas.

Título

A maldição da noz-moscada

Autor

Amitav Ghosh

Editora

Elsinore

Sinopse

Decorria o ano de 1621. A simples queda de um objeto, uma candeia, é o pretexto para o comandante das tropas holandesas aquarteladas numa das ilhas Banda, no território das Molucas, dar início ao massacre de toda a população local.

Poucos habitantes sobreviveriam, e a sua língua e cultura perder-se-iam para sempre. A eliminação do povo Banda é um dos grandes genocídios esquecidos pela História.

O motivo: o controlo por parte da Venerável Companhia das Índias Orientais do rentável comércio milenar da noz-moscada, uma especiaria muito apreciada na Europa pelos seus usos culinários e medicinais, de preço exorbitante, e cuja inteira produção mundial estava circunscrita até então a esse pequeno arquipélago do Índico.

Em pleno século XXI, Amitav Ghosh, com mão de romancista, traz à luz este episódio negro, que serve de ponto de partida para relacionar o passado como presente, o colonialismo com a atual crise climática, e explicar o mundo em que vivemos: da crise dos refugiados ao movimento Black Lives Matter, às cidades modernas ou mesmo às naturezas-mortas do período áureo da pintura holandesa.

Título

Buracos negros

Autoria

Brian Cox e Jeff Forshaw

Editora

Saída de Emergência

Sinopse

No centro de qualquer galáxia podemos encontrar aqueles que são os mais estranhos objetos do Universo: os buracos negros. Com uma densidade extraordinária e enorme força gravitacional, não há matéria ou luz que lhe escape.

Além de estarem no centro do Universo, os buracos negros estão igualmente no centro da atual investigação em física teórica e astrofísica: eles criam o caos, tendo o poder de destruir os outros habitantes da galáxia, apesar de nunca se ter visto um buraco negro morrer. Compreendê-los permanece o santo Graal.

Junte-se a Brian Cox e a Jeff Forshaw na exploração dos objetos mais misteriosos do Universo, como se formam, porque são essenciais em qualquer galáxia, incluindo a nossa, e que segredos ainda escondem, à espera de ser descobertos.

Título

Os três nomes de Ludka

Autora

Gisela Pou

Editora

Casa das Letras

Sinopse

Romance baseado numa história verídica da II Guerra Mundial.

Em 1946, Ludka Nowak, uma criança de nove anos, chega a Barcelona acompanhada por uma centena de órfãos polacos. Muitos deles tinham sido raptados pelos nazis alemães e sujeitos a um intenso processo de germanização durante a Segunda Guerra Mundial.

A Cruz Vermelha Internacional e o Consulado Polaco permitem que as crianças sejam acolhidas na cidade, onde é fundada a primeira escola polaca. Enquanto as autoridades procuram as suas famílias, as crianças recuperam a língua e a cultura que lhes tinham sido roubadas.

Graças à amizade com Emma, uma menina da sua idade, Ludka, sujeita ao mais absoluto desenraizamento, conseguirá recordar episódios do seu passado e recuperar o seu verdadeiro nome.

Os três nomes de Ludka é uma história contada a três vozes: a de Ludka, a de Emma e a de Isabel, que se entrelaçam para nos levar a uma epopeia de sobreviventes forçados a viver numa época de tirania e opressão. Apesar disso, conseguem encontrar o seu lugar no mundo e aprender a viver e a lutar por aquilo que querem.

Título

Os flamingos também sonham

Autor

Miguel Jesus

Editora

Casa das Letras

Sinopse

Depois de um fenómeno natural ter destruído o castelo e a estrada para o Lago Ness, Dunlochry procura por melhores dias. Eis senão quando corre a notícia de que dois boletins com um autêntico jackpot foram registados justamente na pacata vila escocesa. O acontecimento ganha especial dimensão quando os dias passam e ninguém aparece para reclamar o prémio.

Só Dylan - um irlandês esmagado pela imagem opressora do pai e dono do estabelecimento que vendeu a sorte grande - sabe quem ganhou, mas a ética impede-o de partilhar a informação, mesmo com Elena Gilbert, a conhecida jornalista de televisão a quem pediram que fizesse a reportagem e por quem Dylan se apaixonou.

Porém, à medida que a ansiedade dos habitantes se vai transformando em violência e pressão - e que Elena regressa a Londres -, Dylan, que, tal como um flamingo, teme perder a cor se abandonar o seu habitat, só pode contar com Arthur Hilliard, um velho escritor que apareceu misteriosamente em Dunlochry e se tornou um dos seus melhores clientes. Só que Arthur já carrega o peso dos próprios segredos...

Com um ritmo trepidante e muito cinematográfico, mantendo o suspense até à última página, Os flamingos também sonham vem confirmar Miguel Jesus como um ficcionista extremamente dotado e original.

Título

Breve história da Guerra Civil de Espanha

Autora

Helen Graham

Editora

Tinta da China

Sinopse

Nova edição, em formato de bolso, de um livro incontornável sobre um dos temas mais abordados e inesgotáveis da história da humanidade: a Guerra Civil de Espanha.

A Guerra Civil de Espanha é um dos temas mais abordados da história da humanidade e permanece até aos nossos dias alvo de debate inesgotável. Entre outros sintomas do interesse gerado pelo conflito, contam‑se os cerca de quinze mil títulos já publicados, um acervo bibliográfico que rivaliza com o da Segunda Guerra Mundial.

Nesta «breve história», Helen Graham, internacionalmente reconhecida como uma das principais especialistas sobre a Guerra Civil de Espanha, debruça-se sobre a forma como esta afectou as vidas dos soldados e dos civis e como moldou o curso da política, da sociedade e da cultura, não só em Espanha como além-fronteiras.

Aos leitores, a autora proporciona a compreensão global do conflito, desde as suas origens até às últimas consequências da vitória franquista. Mas proporciona também, numa perturbadora análise final, que se interroguem sobre o significado e as implicações da Guerra Civil para o século XXI.

Título

Como observar e fotografar aves

Autoria

Gonçalo Elias e José Frade

Editora

Arena

Sinopse

O segundo livro dos autores do Guia Aves de Portugal Continental, um sucesso de vendas.

São cada vez mais os que se interessam pela observação e pela fotografia de aves selvagens. Este interesse possibilita, só por si, beneficiar de vários aspectos positivos:

- Permite conhecer melhor o mundo natural que nos rodeia e as muitas espécies que existem;

- O contacto com a natureza e o ar livre contribui para um estilo de vida mais saudável;

- Quanto mais pessoas partilharem as suas observações e fotografias, mais ficamos a saber sobre aves selvagens. Observar aves é uma actividade acessível a todos.

Qualquer pessoa pode fazê-lo, independentemente da sua idade, formação escolar ou académica, local de residência ou possibilidades económicas. Pode ser realizada a custo reduzido, pois para começar basta adquirir um pequeno binóculo que permita ver as aves com algum detalhe. Claro que, mais tarde, poderá considerar adquirir um equipamento melhor e visitar locais mais distantes. Mas para já, e com este livro na mão, está pronto para avançar.

Título

Genghis Khan e a criação do Mundo Moderno

Autor

Jack Weatherford

Editora

Saída de Emergência

Sinopse

O nome Genghis Khan invoca a imagem de um bárbaro sanguinário que liderou um bando impiedoso de guerreiros nómadas que pilhavam o mundo civilizado. Contudo, a surpreendente verdade é que Genghis Khan foi um líder visionário cujas conquistas uniram a Europa retrógrada às culturas florescentes da Ásia para desencadear uma explosão sem precedentes de tecnologias, comércio e ideias.

Lutando para alcançar o poder na remota Mongólia, Genghis Khan desenvolveu estratégias militares revolucionárias que utilizou para aniquilar os exércitos inimigos na Ásia, destruir as defesas do mundo islâmico e tornar os cavaleiros armados da Europa obsoletos. O resultado foi um império que se estendia da Sibéria à Índia, do Vietname à Hungria e da Coreia aos Balcãs, redesenhando o mapa mundial numa nova ordem global.

Neste livro, o autor ressuscita uma nova história de Genghis Khan, a sua implacável ascensão e a explosão de inovação que o Império Mongol desencadeou. Um retrato sem precedentes de um grande líder e do seu legado, que nos desafia a reconsiderar como o mundo moderno foi construído.

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