Recensão: Perguntas frequentes sobre o Universo

Ciência pop

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Maria Carneiro|10/09/2023

Título

Perguntas frequentes sobre o Universo

Autores

JORGE CHAM e DANIEL WHITESON (tradução: Joana Honrado)

Editora (Edição)

Saída de Emergência (Julho de 2023)

Cotação

10/20

Recensão

Desde 2019, a coleção “Eu amo Ciência”, através da Dessassossego, a chancela de não-ficção da Saída de Emergência, assume como objetivo “revolucionar a forma como se divulga a ciência em Portugal e conquistar espaço e visibilidade para a ciência nas livrarias”, acrescentando ainda que “pretende divulgar a ciência e o método científico”, e nessa tarefa “não pretende confrontar nem antagonizar, mas sim dar a conhecer”.  

Tem cumprido, e tanto assim que já lançou 24 títulos em apenas três anos, sendo que Perguntas frequentes sobre o Universo é um dos mais recentes.

Mas, antes, os autores: Jorge Cham e Daniel Whiteson. O primeiro é doutorado em Robótica/Engenharia Mecânica pela Universidade de Stanford e colabora com o The New York Times, The Washington Post, The Atlantic, Scientific American, entre outros. É, ainda, o criador do popular site PHD Comics. Daniel Whiteson é professor de Física na Universidade da Califórnia. Colabora com Jorge Cham em comics e vídeos explicativos de ciência que são visualizados por milhões de pessoas, em todo o mundo. 

Este é, como o título indicia, um livro de perguntas e respostas do género: Por que razão os extraterrestres ainda não nos visitaram? Por quanto tempo sobreviverá a Humanidade? Serão os seres humanos previsíveis? Onde se situa o centro do Universo? E outras do género. 

Os autores informam que respondem às questões como cientistas e não como engenheiros. “Um físico dirá que algo é possível se não conhecer uma lei da física que o impeça”. Assim, uma nave espacial a viajar a uma velocidade suficiente para alcançar a estrela mais próxima num período de tempo razoável não é impedida pelas leis da física, no entanto, explicam, é impossível construí-la para esse fim. Da mesma forma, buracos de minhoca (wormhole), a nossa versão moderna de espaço-tempo, e viagens no tempo “não são considerados impossíveis” – assim como muitos outros cenários. Por outro lado, por exemplo, prevê-se que um asteroide possa atingir a Terra, que o Sol explodirá e a raça humana será extinta, mas estudos afirmam que nenhum desses acontecimentos é uma ameaça imediata.  

Assim, mantendo-se fiéis à ciência pura, os autores oferecem uma visão alicerçada em conhecimentos profundos das matérias que tratam, tentando, ao mesmo tempo, torná-la acessível ao público em geral e, parece-nos, ao público jovem.

Trata-se de um livro híbrido, entre uma tentativa de explicação racional de problemas que nos intrigam a todos, mas, ao mesmo tempo, quer chegar a toda a gente, com piadas, às vezes a despropósito, com ilustrações profusamente espalhadas por todas as páginas, cheias de “pseudo-humor”, apartes e desenhos animados para servir como introdução a conceitos que requerem muito mais estudo uma total compreensão.

É, por isso, acaba por se tonar num um livro de Ciência Pop, que não nos convenceu de todo.

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