De volta a Dezembro, esquecemos tudo novamente
Voltamos a ser mais humanos, a sopa quente do sem-abrigo,
dos Aliados ao Oriente
e este ano, excepcionalmente, temos o apoio do Parlamento,
dos partidos
Toma uma sopa e um panfleto, mas só comes se votares! Ouviste?
Viva a campanha eleitoral
em época de Natal.
Viva Portugal!
Tudo ao rubro entre o Wonderland, as compras e o trânsito infernal, o funeral da democracia e o orgulho nacional,
da bandeira sem as quinas e os castelos.
[Já agora, mudem também a poesia de Fernando Pessoa, o fado de Amália e o nome de Lisboa para… Lisbon; é mais bonito.]
Vai, cala-te e come.
Come mais um aumento da renda,
da luz,
da água.
Reclama que está caro; é o progresso da agenda globalista: sem nada, feliz e cada vez mais escravo.
A casa não é tua,
o carro também não.
Até o teu filho já é propriedade do Estado.
Mas aguenta, aguenta, Zé Povinho, lamenta, mas no sofá: sentadinho, caladinho, a mandar postas de pescada na internet.
“Eu sou Chega”, “ele é PS”, “o meu partido é que é honesto!”.
“Mas que cor é que ele veste?”
Isso é que importa, não é?
Tirar o poder ao povo e dar aos políticos, e eles adoram isto, de dar aos políticos e tirar ao povo.
Até aqui, nada de novo,
mas pronto, vamos dar seguimento.
Este ano, tivemos o aparecimento em massa do movimento burguês pelo clima, com um enorme esforço e financiamento internacional.
Tivemos também o desentendimento da família PS. Eu relembro: 10 mudanças no alinhamento do Governo,
com despedimentos por corrupção.
Mais recentemente, o afastamento do Costa, que de repente voltou ao posto. Em breve… está na Europa.
Tivemos o Galamba, o aluno do nosso querido engenheiro, o grande José.
Ele está fora, mas continua sempre lá no meio.
Ó Galamba passa a ganza que a bófia não vê, e o povo não sente o cheiro,
nem da ganza, nem do dinheiro.
Faz um esforço, corta no jantar, reduz no almoço.
Hospital, ou é privado, ou acabas morto.
Saúde é para quem tem dinheiro. Neste país, é assim,
já dizia o outro: uns são filhos, outros enteados, e outros… Nuno Rebelo de Sousa.
Mas que venha 2024, com este grande aumento de ordenado.
Já dá para comprar uma tenda nova e um casaco para os dias mais frios.
É que isto com as alterações climáticas nunca se sabe.
Aumenta a mortalidade, os enfartes,
está tudo comprovado.
Um aparte, cenário internacional: Rússia, Ucrânia, Israel, Palestina. Já só falta China e Taiwan.
Não querendo ser chato, para terminar… desculpa, podes-me… um obrigado à Cristina Ferreira, ao Cavaco, ao Marques Mendes, ao Malato, ao ChatGPT, ao José Alberto Carvalho, ao Papa Francisco, à Kikas, à Joana Marques, à Prozis, ao lítio de Montalegre e às bifanas de Vendas Novas.
Acho que não me esqueci de ninguém.
Um obrigado.
Feliz Natal e Bom Ano Novo.
Até para o ano.
Estraca é um rapper e activista
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