Recentemente, o ministro da Administração Interna manifestou-se preocupado com os protestos que estão a ser organizados por agricultores em várias estradas do país, e apelou a que não se pusesse em causa o direito de mobilidade. Segundo as suas palavras: “Tomámos conhecimento de que há a intenção de bloqueios de algumas estradas e condições de mobilidade no país. O meu apelo é que todos procurem cumprir e garantir o cumprimento desse dever”. Afinal, o direito ao protesto deve submeter-se à primazia dos direitos fundamentais. Como as coisas mudam num espaço tão curto de tempo!
Há dias, um cartaz de propaganda política de um partido de “extrema-direita” foi queimado por um grupo “anarquista”, autodenominado “Federação Anarquista”, que afirmou que “o fascismo continua vivo. Os partidos e a democracia parlamentar são cúmplices desse crescimento, validando-o e alimentando-o com cada medida que torna as nossas vidas cada vez mais precárias. Não é deles que esperamos qualquer tipo de solução”. Fica claro o recurso à violência para silenciar quem não está de acordo com a sua ideologia.
Estes que agora gritam “fascismo nunca mais”, são os mesmos que nos impuseram ou aceitaram sem resistência um Estado totalitário que se iniciou em Março de 2020 e terminou em Junho de 2023, com o fim das máscaras obrigatórias em hospitais e lares. Talvez por isso, nenhum dos partidos políticos com assento parlamentar esteja hoje disponível para discutir este período de verdadeiro fascismo, onde os mortos se continuam a acumular com o silêncio conivente de todos.
Na Roma Antiga, os fasces lictorii eram a arma transportada pelos lictores, que consistia num feixe de varas de bétula brancas, amarradas com tiras de couro em torno de um machado. Tornou-se o símbolo do fascismo de Benito Mussolini nos anos 20 e 30 do século transacto. Nesse mesmo espaço temporal, na Alemanha, tínhamos o movimento Nacional-Socialista, mais conhecido pelo partido Nazi, que adoptou como seu símbolo a suástica. O uso destes símbolos era uma forma de demonstrar conformidade com a ideologia oficial.
O mesmo aconteceu com as máscaras durante a putativa pandemia: nada mais que um símbolo de conformidade à tirania, que visava unicamente despersonalizar o indivíduo, tornando-o mais um membro de uma massa de gente anónima e sem vontade própria, que apenas seguia ordens de um Estado Fascista.
Para clarificarmos conceitos, o que é o Fascismo? É um sistema de governo que carteliza o sector privado, planeia centralmente a economia, tal como o comunismo, subsidia os seus empresários favoritos, exalta o estado policial como fonte de ordem, nega os direitos e liberdades fundamentais dos indivíduos e faz do Estado o senhor ilimitado da sociedade. Há cerca de quatro anos, foi precisamente o que tivemos, aparentemente invisível aos olhos dos que agora gritam “fascismo nunca mais”.
Incentivar e promover o ódio a minorias que não acatam ordens e não aceitam a ideologia oficial, cancelando-as com insultos, como “negacionista” e “chalupa”, é fascismo. Quem não se recorda dos discursos de ódio nos órgãos de propaganda: “E agora, o que fazer com os chalupas?”. O que dizer do recente aviso proferido por um líder político que nesse período realizava missas dominicais enxameadas de propaganda e mentiras: “tomem cuidado” com os negacionistas!
Segregar pessoas, através de decretos governamentais e subvertendo por completo a ordem constitucional, impedindo-as de entrar num café, num restaurante, num ginásio, num cinema e até, pasme-se, num supermercado, nada mais é que fascismo.
Restringir a liberdade de circulação de pessoas, seja dentro do país, de ou com destino ao exterior de um país, é um atentado a um direito fundamental de qualquer ser humano, próprio de uma tirania fascista.
Subsidiar os órgãos de propaganda com o “nosso dinheiro”, para que estes aterrorizem a população, espalhem mentiras, difundam propaganda, cancelem qualquer contraditório, é fascismo.
Subsidiar o negócio das empresas de análises clínicas, das farmacêuticas e das farmácias com o “nosso dinheiro”, garantindo-lhes lucros fabulosos, é fascismo.
Adquirir milhares de milhões de Euros de vacinas experimentais com o “nosso dinheiro”, que hoje ninguém quer ou deseja, proporcionando lucros pornográficos a farmacêuticas, em total conluio com o poder, é fascismo.
Funcionários estatais, em lugar de juízes, a decretar a prisão domiciliária de milhões de pessoas, em nome da “luta contra o “vírus”, é fascismo.
Espalhar a mentira de que as inoculações experimentais impediam as pessoas de infectar ou serem infectadas pelo “vírus”, incutindo o medo e o pânico a empregadores, para que estes intimidassem os seus colaboradores a tomá-las, com a ameaça de despedimento, é fascismo.
Encerrar negócios para deliberadamente arruinar os seus proprietários, levando-os ao completo desespero, desgraçando-lhes as relações familiares (divórcios, violência familiar, insucesso escolar…) e tornando-os mendigos de um Estado totalitário, é fascismo.
Estimular a bufaria das populações, promovendo a denúncia do próximo às autoridades, por forma a intimidar, cancelar e penalizar economicamente dissidentes; ou quando nos solicitam para subirmos facturas no portal das finanças, uma chibaria em larga escala, por forma a sermos assaltados igualmente em larga escala por um Estado vampiro, isso é fascismo.
Vender dívida pública de forma massiva, fazendo-a subir aproximadamente 30 mil milhões de Euros, entre o final de 2019 e Junho de 2023, a um único comprador – precisamente aquele que pode imprimir dinheiro de forma infinita: o Banco Central Europeu –, provocando uma subida brutal dos preços e confiscando, desta forma, as populações, é fascismo.
Espalhar o medo de morte provocado por algo contra o qual não se pode fazer nada – a doença provocada pelo “vírus” – é um excelente dispositivo de controlo. É preciso confiar nas autoridades médicas. O problema é que todos eles seguem ordens, pelo menos se quiserem manter as suas licenças do regime fascista.
Proibir as pessoas de assistir aos funerais dos seus familiares; obrigá-las a abandonar os seus avós em lares transformados em prisões; forçar os seus filhos a usar uma fralda facial todos dias, durante mais de oito horas; retirar-lhe os direitos constitucionais; coagi-las a inocularem-se com uma substância experimental, tal como as experiências do nazi Josef Mengele, é simplesmente fascismo.
Hoje, temos um Estado enorme, violento e pesado, que drena o nosso capital e a nossa produtividade como um parasita mortal num hospedeiro, subtraindo-nos anualmente 125 mil milhões de Euros – 12.500 Euros por português, incluindo idosos e crianças. É por isso que a economia de um Estado fascista denomina-se por vampira: suga a vida económica e provoca a morte lenta da prosperidade.
Os vampiros deste Estado fascista pedem-nos agora o envio de armas e dinheiro para uma guerra que não nos diz respeito, e que serviu para ocultar a impressão massiva de dinheiro e justificar os brutais impostos associados à “transição verde”. Um dia destes, em lugar dos ucranianos, enviarão os nossos jovens para lá para a defesa da “liberdade e democracia”! Quem se lhes opõe será insultado de “putinista”, ou usando o nome de algum líder iraniano.
Recordemo-nos das palavras do nazi Hermann Göring:
“É claro que as pessoas não querem a guerra. Por que razão haveria um pobre coitado de uma quinta de querer arriscar a vida numa guerra, quando o melhor que pode conseguir é regressar inteiro à sua quinta? É claro que o povo não quer a guerra, nem na Rússia, nem em Inglaterra, nem na Alemanha. Isso compreende-se. Mas, afinal de contas, são os dirigentes do país que determinam a política e é sempre fácil arrastar o povo, quer se trate de uma democracia, de uma ditadura fascista, de um regime parlamentar ou de uma ditadura comunista. Com voz ou sem voz, o povo pode sempre ser posto ao serviço dos governantes. Isso é fácil. Basta dizer-lhes que estão a ser atacados e denunciar os pacifistas por falta de patriotismo e por exporem o país ao perigo. Funciona da mesma forma em qualquer país”.
“Fascismo nunca mais”, dizem agora os idiotas úteis que andam por aí a manifestar-se. Dá vontade de perguntar: por onde andou esta gente?
Luís Gomes é gestor (Faculdade de Economia de Coimbra) e empresário
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