As intermitências da linguagem permitem-nos entender o mundo (seja lá o que isso for). Ou parte dele. Assim como que um truque, ou um drible.
Há sempre por perto alguém que nos quer enganar, inclusive a nossa própria consciência (inconsciência).
Aquilo que existe fora da continuidade e do expectável, devolve-nos a alegria de quando achávamos que tínhamos futuro. Um futuro só nosso.
E é nessa coisa-tempo, dentro dos sonhos, que quando melhor vemos a Realidade, porque ela é linguagem pura e comporta todos os sonhos do mundo, em que tudo faz sentido e o seu contrário, como se houvesse Deus, o que é para rir.
Como se o Fernando Pessoa tivesse tido uma vida real e até fosse possível desenhar-lhe uma biografia.
Convém é saber descodificar algumas “línguas” vivas da contemporaneidade para não sermos apanhados na curva… Numa curva carregada de psicotrópicos e de loucos varridos.
É como se tivesse um pouco de todas as moléculas de toda a gente ao mesmo tempo, ao meu alcance para poder aceder à Realidade. Estão a ver?
É lindo!
E liga-nos em êxtase!
Estarei maluco? Claro que não.
Há aqueles, como eu, que tentam frequentar a Realidade de quando em quando, mas não a vivem na plenitude porque isso não é efectivamente fácil. Para ser desenvolvida a ideia implicaria mergulharmos noutro paradigma, quando essa acção deveria ser o acto mais natural e acessível de todos, devendo-se isso, a termos frequentemente imaginação a mais, logo sonhos a menos, perdendo-se a espontaneidade.
Por isso não convém sermos assim tão hiper-realistas, e caminhar com humildade por entre as palavras, como se se tratasse de uma ilha rodeada de letras que por sua vez compõem frases imperfeitas quase saídas da matemática do Chat-quase-humano, que já se banalizou.
Confusos?
Evidentemente que não.
Claro que todas estas cenas podem não vir da nossa imaginação.
Dúvidas?…
Pois claro, quem as não tem?
Podemos mesmo ter caído no caldeirão da imaginação quando éramos pequenos. Da imaginação dos outros. Tipo Obélix e a poção mágica vinda da cabeça do Goscinny.
E realmente efectuar a tarefa não se afigura fácil, porque dormimos em excesso acordados, o que nem sempre é mau, mas bolas também há limites.
É tipo droga, para ser vulgarote.
Todo o tempo, também a dormir… Era desnecessário.
E ao contrário do que toda esta circunstância nos possa indicar qual Pedro, qual lobo, qual cordeiro, já não sonhamos, somos sonhados.
Sim, sim.
Passemos então à acção com naturalidade.
No domingo de dia 10 de março, quem ganhou foi a Realidade e não a AD nem o Chega como dizem para aí. Muito menos o Livre muito pouco free.
Teria de acontecer um dia, por muito que uma pessoa não queira, ou mesmo que um comentador no abstrato não o deseje, que pelos vistos não tem assim tanto poder de influência quanto pensa ou pensava, sobretudo quando a onda se prepara para cavalgar e ultrapassar aquilo que eles consideraram serem as linhas vermelhas. Os comentadores se fossem aos óscares, estariam só a concorrer ao prémio dos melhores efeitos especiais como se ostentassem apenas um curso de audiovisuais mal amanhado da Restart.
A Realidade aparece de vez em quando em força como um tsunami ou uma doença relâmpago, servindo assim para alimentar em fartura o inconsciente colectivo que tem andado bastante apático nas últimas décadas (no mínimo), e a consumir muita ficção, que à força da sua inusitada premência viciante nos fez distanciar uns dos outros, o que às vezes até pode dar jeito, mas que raio… Já chega também. É que a Realidade também corre o risco de ser viciante mais do que estar viciada.
Quando as coisas correm bem, a vida corre bem como diria algum jogador de futebol algures num banal estúdio qualquer ao acaso.
Para caracterizar o futebol diz-se que são onze para cada lado e ganha sempre a Alemanha. Aqui e aproveitando o princípio, podemos dizer que as eleições são compostas por muitos partidos a concurso que irão dar 230 deputados, mas ganha sempre o Ricardo Araújo Pereira. O do “olho em terra de cegos”. O cómico engraçado e inteligente. Andam todos a trabalhar para as suas piadas. O Herman e o seu ecletismo mimético engenhoso já foi ultrapassado há muito, mesmo com prémios institucionais, talvez por isso.
Mas o RAP está a perder a piada assim como a Alemanha a hegemonia futebolística. Se calhar nunca tiveram assim tanta piada ou hegemonia. A História e a estatística que façam o seu trabalho um dia que se façam contas à vida.
O Chega da nova geração de antiácidos, e que é neste momento a denominada doença nacional e o portador das mensagens do Além, que neste caso e por paradoxal que pareça, assemelha-se a uma representação plausível da Realidade, traz novidades na dança das cadeiras.
Ninguém está com isto a dizer que a Realidade é uma cena boa e saudável, não convém é ignorá-la porque então corre-se o risco de rapidamente começarmos a marcar consultas em psiquiatras, psicólogos e até em homeopatas e astrólogos, cujo planeta e o futuro cheiram mais a dólares que a erva fresca. Mas os técnicos de saúde mental também precisam de outros técnicos de saúde mental que por sua vez…
O partido Chega não só a anuncia como também faz parte dessa realidade, e se mais pessoas tivessem andado atentas durante o período do uso de máscaras (já que elas não só taparam as bocas, mas frequentemente os olhos), perceberiam que o fenómeno estava a normalizar-se por toda a Europa, tendo até nesse período chegado ao seu zénite no Youtube e companhia.
Os organismos oficializados andavam obcecados com casos covid e com mortos pandémicos, não se falava mesmo de outra coisa, e até se achava bem multar pessoas por estarem a comer em carros sozinhas, e era evidente que o mundo não tinha parado, andava mesmo noutras galáxias a negociar à grande, mas as máscaras, os jornalistas e outros actores que não são para aqui chamados faziam tudo para que não se visse.
Negociava-se à grande e à chinesa por entre morcegos e pangolins.
E dividia-se o mundo mais uma vez, mas ia ficar tudo bem. Agora os jornalistas choram por credibilidade e dinheiro.
Temos pena. Vai ficar tudo bem.
Não se admirem se em breve virem o Pedro Marques Lopes ou outro(a) parecido a conduzir um Uber porque também chegará a vez deles de ficar de fora na estranha dança das cadeiras. Neste caso talvez o Pinto da Costa se continuar presidente com a sua lábia nortenha e vencedora lhe dê mais uns trocos a ganhar para dizer umas banalidades azuis, já que os comentadores nunca escondem as suas cores clubísticas ao trazerem para estúdio o kit completo na esperança da esmola televisiva.
Quem quisesse assistir ao jogo fora da pandemia teria oportunidade de ver os patriotas a declararem guerra aos globalistas sem passar pela casa de partida que seria a História (bem ou mal contada, segundo os lados e as academias), passando por cima de todos os vírus e bactérias, sendo mesmo até considerado negacionista quem ousasse pensar.
Enquanto os comentadores, separados por vidros assépticos iam falando de coisas inimagináveis inseridos na nova narrativa do videojogo.
Muitas dessas personagens televisivas e jornalísticas desconhecem os criadores de Jogos, uma vez que não havendo Deus, a vida é sempre um jogo como o título de um filme sobre snooker em que o bem e o mal dependem mais do editor que do Papa, que curiosamente vai-se transformando ele mesmo paulatinamente e de acordo com o guião num editor da filosofia woke também. O que é para rir sem pecado.
Mas ainda nos vendem jornais celestiais impregnados de colectivismo, mas do mau, como o colesterol.
Por falar em dicotomias, enquanto os maus eram também os vírus e os negacionistas de vírus, a Realidade ia fazendo calmamente o seu trabalho sempre orquestrado pelos do costume que segundo as notícias oficiais do jogo, nos queriam salvar de morcegos, pangolins, e de morcegos esfomeados a comer pangolins debaixo da prosa jornalística cujo actor principal era o inenarrável Rodrigo Guedes de Carvalho que de idiota útil nada tem.
E pelos vistos salvaram, não foi?
Agora resta-nos ficar atentos até ao próximo capítulo deste filme que, caso estivesse integrado na grelha da Netflix seria na rubrica de terror contemporâneo que mete muito medo.
Fará, no entanto, tudo parte da mesma ficção?
Claro.
Steve Bannon que o diga.
Para quem não conheça o homúnculo da nova alquimia política, deveria estudar mais a sua passagem pelas direitas europeias com ligações profundas a Israel, mas este texto não habita um quarto com vista para esse deserto, até porque não temos informação completa e estudada do fenómeno sionista e o próprio Bannon anda desaparecido da Net, o que tornaria a tarefa de investigação mais ao estilo Philip Marlowe e daria certamente pancadaria e sangue na tentativa de chegar a algum lado.
Como sempre, o caminho da sabedoria e conhecimento deverá ser feito com calma para que um dia possamos vir a dominar assuntos, e que o desejo em si, passe para outro plano, senão corremos o risco de nos tornarmos dogmáticos e depois só podemos jogar futebol dentro da mesma equipa sempre contra os mesmos jogadores, pondo de lado o prazer de ver as jogadas dos adversários reais e plausíveis, em jogos cujos árbitros desapareceram do relvado.
A democracia tem o condão especial de se auto-sabotar. Assim o jogo torna-se cansativo e chato. E por isso é melhor alguns começarem a pensar já numa second life.
Nesta fase do campeonato, houve bastantes transferências que abalaram a liga.
Desde que haja divisão e luta entre as pessoas, com ou sem razão, é sempre positivo para o Poder, segundo os clássicos princípios maquiavélicos, para que o reino tenha sempre os motores a bombar ácido para a maralha… Que somos nós.
Os jornalistas, comentadores e partidos tipo Chega depois vão fazendo o resto do trabalho sujo, destruindo a realidade com r pequeno.
Os comentadores de uma forma geral são bastante totós, já sabíamos, talvez por isso sejam comentadores. Não comentam, vomitam palavras e não percebem nada de muita coisa como convém para o espectáculo da democracia continuar a ter os holofotes a bombar watts. Mas alguns queimam-se na floresta mediática. Desta vez serão muitos. Não havendo bombeiro com água na mangueira para apagar as chamas da nova inquisição.
Não há já muito dinheiro para aguentar tanto verbo e apagar tantos fogos auto-impostos como convém para perpetuar a democracia. Já os políticos da nova mensagem vêem o seu prazo de validade ainda longe, uma vez que a onda ainda vai no adro e ganharam algum espaço de crescimento, o que se verá certamente já nas Europeias que são para os votantes, e mantendo as analogias desportivas, a taça Intertoto da UEFA.
Enquanto isso o GPT continua à espreita de vítimas circenses que são sempre as melhores e mais apetecíveis, chegando às vezes a ser divertido. Os comentadores andam assustados.
Sem dúvida que se trata de um western contemporâneo cheio de bons e maus, conforme o ângulo por onde se olhe, transpondo-nos para a clássica literatura que, em simbiose com a Realidade, deu-nos obras de arte cujo resultado provavelmente somos nós, os seres humanos com as suas eternas vicissitudes.
Soa sempre bem falar em westerns, e tem a ambiguidade necessária para me distanciar dos extremos tão nefastos, então agora que o parlamento está cheio de cowboys.
Como diz um amigo meu, a esse novo partido-doença só falta ter lá em exposição o índio dos Village People, já que tem polícias e o resto do folclore necessário para se disfarçar de ideologia. Até tem o Marcus, um lutador luso-brasileiro que quer confrontar os racistas de esquerda, segundo o que está escrito no seu velho Twitter.
Estarão a fazer uma actualização da farsa setentista cheia de cor e kitch antes da mimesis de zeros e uns que deu nova hemoglobina ao sangue e que apareceu de rompante com a internet?
Haverá sem dúvida muita adrenalina nas casas de banho do parlamento.
Para assistir ao circo cada vez mais imbuído de realismo, bastou nessa noite eleitoral olhar atentamente para os comentadores habituais das televisões que são mais de cem e que sem dúvida, nos ofereceram um bom espectáculo televisivo em noite de Óscares que também andam pelas ruas da amargura, à espera da dose gélida de neo-realismo (já que falamos de cinema) que lhes apareça como um terremoto politicamente incorrecto pelo veludo da passadeira e dos vestidos grená adentro, para voltarem a ter as audiências que o Trump levou.
Como se tivesse sido o vento.
Como se vê, só falamos de boa gente como diz o ex-povo.
É preciso desconfiar das catástrofes naturais politicamente correctas porque começam a faltar troncos para nos agarrarmos, na esperança da salvação.
Sabemos, por outro lado que é a própria indústria quem tem o poder de construir ficções, o que noutro tempo esteve entregue às religiões.
Mas o que é sinal do nosso tempo é a própria indústria ter metido os óculos da Realidade virtual (RV) e não ter tido a capacidade de os tirar a tempo como as religiões fizeram chegado o fim do episódio para passar ao seguinte. As religiões pareciam mais certinhas no acerto do compasso.
Como se as catástrofes fossem naturais.
O século XXI prescinde dessas religiões e abraça outras que já não nos prometem a vida depois da morte, mas sim a própria morte, por isso no domingo 10 do 3 de 2024, houve mais alguns actores que perceberam o seu fim vendo por exemplo os seus parcos empregos em risco, embora o caminho para o desemprego em estúdios assépticos já tivesse sido anunciado há muito.
Os canais televisivos estão em falência técnica. Nem o polígrafo pode desmentir. Polígrafo quase pago na totalidade pelo Facebook.
Por isso os comentadores são mais que as mães e até já têm juniores a fazer comentário, tipo estagiários a custo zero como sintoma da democracia dos pobres.
Um dos vitoriosos da noite das eleições foi o Pedro Nuno Santos que dias antes tinha provocado o Ricardo Araújo Pereira, ao assinalar-lhe que o seu canal do grupo Impresa era um dos grandes devedores nacionais, como quem avisa para se pôr a pau. O desconforto do RAP foi evidente. Coitado do rapaz que foi apanhado à traição não estando minimamente preparado para as provocações alheias fora do guião.
Nos Óscares, os actores principais ainda custam milhões, mas por estes lados lá pelos plateaus ficcionados, imaginamos que estes actores-comentadores andem muito baratos para nos explicar o que vai na cabeça dos políticos. Desta vez, deu mesmo para perceber que as pessoas não são assim tão estúpidas nem os comentadores são assim tão espertos e o resultado trouxe algum espectro de Realidade. Mas só algum.
Acredite-se ou não, no momento em que finalizo este texto, todos os canais de televisão promovem debates e tertúlias intermináveis sobre o cancro da Kate Middleton, pessoa que eu desconhecia até então. Esses mesmos jornalistas que moderam os debates e tertúlias são aqueles que ostensivamente e moralmente julgam qualquer frase dita por alguém do Chega. Eu também o faço amiúde, também questiono à grande essa inflamação, mas não ando a moderar parvoíces televisivas.
Tenho mesmo a sensação de que alguns vivem e dormem nos edifícios onde estão os plateaus como o Sebastião Bugalho, que está sempre pronto para ser o bombeiro de serviço. Muitas vezes até o imaginamos de pijama na parte que não é visível. Coitado do puto que ainda não tem autorização para discordar do chefe Ricardo Costa que parece mesmo ter feito desses não-lugares o seu paraíso artificial.
Mas esse jornalista-director-irmão é mais perspicaz e sapiente que os outros e lá vai sobrevivendo aos abanões de terra como uma térmita bem preparada. Não quer dizer que seja melhor pessoa, mas no jogo do simulacro Debordiano é rei.
O Sebastião, por quem até nutro alguma simpatia televisiva, parece um desenho animado do Charlie Brown e talvez por isso não costume levá-lo muito a sério. Quando não se tem barba e se tem ar de chavalo, não se deveria usar blazer e muito menos gravata. Parece que este tipo de pessoas está sempre vestido para ir à catequese ou a um casamento. Fica o conselho Gaultier.
Há uma jornalista-Robocop da CNN que é adorável ver em acção. Já corporiza o novo ciclo que aí vem. Chama-se Ana Sofia Cardoso. Sempre que entrevistar o André Ventura, tentem não perder. Nunca o polícia mau havia chegado tão longe, ainda por cima um polícia mau Robocop.
Gélida, incisiva e espectacular, embora feitas as contas, o político-espectáculo-do-momento dê ideia de conseguir sacar sempre mais uns votos. A vítima perfeita com um carrasco à altura. Só visto em filmes de acção. De vez em quando os jornalistas têm a mania que são jornalistas e ainda fazem pior. Talvez fazer jornalismo seja ouvir, para o público poder escutar também. Mas a gritaria e cacofonia já não vende tantos champôs, mas pelos vistos continua a render votos.
O que é curioso e fruto de uma aprendizagem, é que a Realidade não é grande nem é pequena, é a Realidade. Ou cabem todos ou não cabe nenhum. O sol quando nasce deveria ser para todos, assim como os novos jogos da PlayStation.
E parece que o tempo está a começar a ajustar-se ao espaço televisionado para mal dos protagonistas em que a realidade sem R maiúsculo se torna inimiga, fazendo mesmo, estranhamente, com que os actores se auto desmascarem.
E quando algo inesperado faz o ajuste, (infelizmente muitas vezes são as estúpidas guerras), parece que o denominador comum faz o seu papel. Por isso o mundo anda sempre à procura de conflito. O Poder sabe isso, mas também vai precisando de raios de sol que brilhem o suficiente até ao seu suicídio, como na Grécia Antiga ou em Roma.
Desta vez não fazemos ideia se será possível a analogia porque entra um novo player para baralhar, chamado IA. Já para não falar da sempre nefasta possibilidade nuclear.
Quando o planeta se reajustar à sua verdadeira dimensão, presumo que haja festa à séria e que a violência fique para segundo plano, presumo também, que isso nunca tenha acontecido.
Vale a pena viver e ter esperança, a magia pode acontecer desde que não se confundam os mágicos com as marés e marinheiros. E há sempre uma primeira vez, como diz o ex-povo.
Para a grande maioria, a Realidade já era.
Aquilo que lhes contaram e ensinaram já não se verifica facilmente com contas de cabeça preguiçosas. Antigamente ainda se podia enganar a Realidade porque havia excedentes de muita coisa. O excesso permitia ocultar o tempo, mas ocultar o tempo é a maior das armadilhas,
sabemos por experiência.
Contaram-nos uma história de violência engraçada, mas o tiro saiu muito ao lado.
Assim a Realidade vai ficando sem ninguém como um deserto. Ela existe, sei-o pelos sonhos, mas quase ninguém anda por lá.
Ah! E se ela é fresca e cheia de sombras (porque há sol)!..
A Realidade não tem género inclusivo, tem literatura.
E se há coisa que distingue a Realidade dos outros jogos cujas regras nos ensinaram, é que lá os mortos falam a nossa língua porque aí, e deixemo-nos de brincadeiras, a morte não existe.
O que existe somos nós, os “mortos”… De medo de estar a perder alguma coisa de essencial.
Bem vistas as coisas, e prescindindo das análises dos anormais da moda, a Realidade corre mesmo o risco de existir e de ser recomendável.
Já viram? Parece sempre tudo a brincar.
Viver, começa a ser urgente.
Voilá!
Ruy Otero é artista media
Ilustrações de ©Ruy Otero
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