Após os funestos acontecimentos da passada semana, soubesse eu tocar mais do que campainhas de porta – e já pouco treinado ando, que quase nenhumas há agora –, e tivesse eu guitarra, já a teria metido esta época no saco, e andava agora a banhos que agora está bom tempo para isso. Mas compromissos são compromissos, já nem sequer estou aqui como cronista comprometido (de águia ao peito desde que se conhece) e compenetrado (em ser de novo campeão, que uma vez mais nunca é demais), mas sim como ‘escravo’ de uma promessa. Assim não chego a político.
Estou assim, confesso-vos, tão entusiasmado esta noite quantos as dezenas de milhares de adeptos benfiquistas que deixaram, ali em baixo, excelentes cadeiras vazias em plena bancada central mesmo no enfiamento da linha do meio-campo.
(cheguei ligeiramente atrasado, já nem vi a águia Vitória, que deveria fazer gazeta sob protesto)
Em todo o caso, mantenho-me empedernidamente profissional, e mesmo se seduzido por amiga para assistir a estre jogo em camarote com pitéus suculentos e fartas viandas, mas acho que já estou viciado na baguete – hoje acompanhada por snacks de milho frito com sabor a queijo, uma maçã e a habitua água pH 9,5 – com que me banqueteio – estou a exagerar, embora ainda fosse pior se escrevesse “com que me lambuzo” – desde Agosto. Em todo o caso, envia-me ela uma fotografia de uma panacota de manga que me faz o gosto. Também havia pipis… e filetes de tilápia com molho de citrinos e cama de legumes e batata. Mais um peixe do qual nunca tinha ouvido sequer falar quanto mais provar.
(golooooooo… Kökçü numa boa jogada de contra-ataque em triangulação)
Reparo agora melhor na equipa do Benfica – grande cronista que saio, que venho ver um jogo de bola completamente impreparado (sem falar que estou para mudar de graduação há dois meses) – e noto que está mais de meia equipa não habitualmente titular, incluindo o guarda-redes Samuel Soares. Até o Morato e o João Mário estão a jogo, o que garantidamente dará uma crise de nervos ao nosso colunista (recém-regressado de férias) Tiago Franco.
Na verdade, e isso não é propriamente uma boa notícia, a equipa ali em baixo do Benfica – que não tem Otamendi nem Aursnes (que nem no banco estão; o segundo a cumprir castigo) nem Rafa nem Di Maria nem Florentino nem Tengstedt (e ainda bem) – nem se está a portar mal, apesar de um ou outro calafrio na defesa. Até mais solta, remata mais (bela ‘bomba’ de Arthur Cabral à barra, e um remate bem intencional em arco do lateral esquerdo Carreras). Claro, está o João Neves a jogar, o que vale meia equipa.
Entretanto, o intervalo aproxima-se e…
(goloooo… Tomás Araújo em insistência depois de mais um canto… esta quase não queria entrar)
E pronto, intervalo, vai tudo descansar. E eu também; aliás, deveria era estar a dormir, que hoje descansei pouco. Ando em processo de ‘trasladação’ da minha biblioteca pessoal para a nova redacção do PÁGINA UM, e entre escrita de artigos e outras burocracias, tem-me tomado tempo de sono.
Entretanto – e este ‘entretanto’ não vai ter golo –, começa a segunda parte, com três substituições de uma assentada, nem parece ‘coisa’ do alemão, incluindo Neres e João Neves, o que não me parece boa ideia. sobretudo por ser manter João Mário. Assegura-se assim uma segunda parte de contenção. Sonolenta, portanto. Barbitúrica, mesmo.
Acho que vou começar a paginar a crónica, fazer o upload das fotografias… Hoje, terei de me despachar que seguirei depois para a Worten, ali no Colombo, para reclamar de uma máquina de lavar loiça Indesit que, pela segunda vez no prazo de um ano, me dá um erro F1 e nicles… Nem água mete. Volto aqui se, com um entretanto, o Benfica por um milagre marcar um golo, havendo lugar a canonização se for da autoria do João Mário.
(olha… houve mesmo golo; marca um tipo que eu tenho de ir ver como se escreve para não me enganar: Rollheiser; isso)
E nisto vamos no minuto 80, e eu aqui em troca de mensagem com um lagarto que anda de peito feito por mor do iminente título sem qualquer eminência. Como já devem ter desconfiado, esta crónica hoje está em serviços mínimos. Mesmo assim deverá merecer as habituais críticas sobre a independência do PÁGINA UM por se meter na bola. Amanhã é outro dia, e o PÁGINA UM UM meter-se-á com a Santa Casa da Misericórdia de XXXXXX, e depois na terça-feira com a Câmara Municipal de YYYYYYY e seguir na quarta-feira com a ZZZZZZ ZZZZZ, e por fim… assim se mostra a nossa ‘dependência’…
Falta quatro minutos para terminar uma noite descansada. Jogo morninho. Insosso. Ou insonso, como queiram.
E terminou. E assim cessa esta crónica. Há dias melhores; e outros bem piores, como o do dia 6. Pelo menos que em Marselha o Schmidt, sempre à rasquinha, nos conceda alegrias semelhantes às da mão do Vata em 1990, sob batuta do grande Sven-Göran Eriksson.
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