Recensão: Deus, a Ciência, as Provas

O início do regresso a casa

por Ernesto S. Sousa // Setembro 5, 2024


Categoria: Cultura

minuto/s restantes

Título

Deus, a Ciência, as Provas

Autores

MICHEL-YVES BOLLORÉ E OLIVIER BONNASSIES (tradução: José Mendonça da Cruz)

Editora

D. Quixote (Setembro de 2024)

Cotação

20/20

Recensão

Será que Deus existe? É possível demonstrá-lo com a ajuda da Ciência? Pode a ideia de um Deus criador do Universo andar de mãos dadas, em harmonia, com a Ciência? Os autores deste livro (um engenheiro informático e Mestre em Ciências e um empresário e teólogo) propõem responder a estas questões com uma voz científica.

A obra, que é já um best seller com mais de 300 mil exemplares vendidos, resulta de “três anos passados a trabalhar com 20 cientistas e especialistas do mais alto nível” e conta com um prefácio de Robert W. Wilson, Prémio Nobel de Física.

Na verdade, o que compreendemos durante a leitura do livro é que, afinal, Ciência e Deus não têm estado, assim, tão afastados um do outro. Nem que seja porque muitos cientistas são crentes e praticam alguma religião. Os autores citam, designadamente, um estudo realizado pelo geneticista Baruch Aba Shalev sobre as crenças dos laureados do Prémio Nobel desde a sua origem, intitulado “100 anos de Prémios Nobel”. O cientista estimou que 90% dos Prémios Nobel científicos se identificavam com uma religião, sendo que para dois terços deles a sua religião era o cristianismo. E os autores citam outros estudos que demonstram que ser cientista e crente é algo viável.

Além do próprio propósito do livro, que pode causar acesos debates, os autores tocam em temáticas sensíveis para os crentes, nomeadamente os cristãos. Num dos capítulos, questionam “Quem será Jesus?”. Uma das hipóteses colocadas é que “era um louco, um iluminado”. Seria “um aventureiro falhado”? Ou terá sido “um profeta”? Mas os autores também fazem uma análise ao “único povo eleito de Deus”: os judeus. Nem Fátima escapa e um dos capítulos debate se se trata de uma “ilusão, embuste ou milagre”.

Também é abordado o materialismo, enquanto “crença irracional”. E aqui os autores chegam à “alvorada de uma revolução” pré-anunciada na capa do livro. Isto porque, segundo os autores, “estamos perante uma mudança completa de paradigma sobre a questão das provas da existência de Deus”. Na sua obra, concluem que as provas que apresentam aos leitores são “inegavelmente modernas, claras, racionais, multidisciplinares, confrontáveis objectivamente com o Universo real e, além disso, são numerosas”.

Segundo os autores, para os crentes, “esta obra permitirá compreender a que ponto as suas convicções assentam em alicerces racionais sólidos, embora a nossa época lhes diga o contrário”. Ademais, “este panorama de provas dar-lhes-á as armas necessárias para responder ao diktat do ‘intelectualmente correcto’ que vai repetindo dia após dia que a crença em Deus pertence ao domínio do irracional, e que deve, por isso, ficar limitada à esfera inferior”.

Aos que se interrogam sobre a existência de realidades espirituais, “este livro permitirá compreender a que ponto a hipótese materialista é, na verdade, irrealista e, pelo contrário, a que ponto a tese teísta é fundada”.

Os autores também deixam uma consideração sobre os materialistas “que tenham tido a paciência e a coragem” de ler o livro. “Esta obra permitir-lhes-á tirar as medidas ao desafio perante o qual estão desde agora confrontados”. E avisam: “com efeito, este desafio não consiste em refutar esta ou aquela prova apresentada da existência de Deus, mas antes todas elas ao mesmo tempo!”

O jornalismo independente DEPENDE dos leitores

Gostou do artigo? 

Leia mais artigos em baixo.

Voo TAP 103 Lisboa-Belo Horizonte. Onze horas da manhã. Novo aviso de atraso na partida. Laura anda de um lado para ...