(haikus)
Levanto as mãos
para um céu de chumbo –
nada se mexe.
Mochila pesada
nos ombros doridos –
faltam-me as rodas.
Durante o dia
não conheço o tédio –
mesmo deitado.
Para onde vou,
que ninguém me siga –
para não sofrer.
Olho a noite,
olha para mim o escuro –
encontro feliz.
Acelera o trem
sobre os carris direitos –
a vida torta.
Un quarto d’ora alla partenza
Alzo le mani
verso un cielo di piombo –
nulla si muove.
Zaino pesante
dolore sulla spalla –
mi mancan le ruote.
Durante il giorno
non conosco la noia –
neppure steso.
Dove vado io
non mi segua nessuno
per non penare.
Guardo la notte,
pure il buio mi osserva –
felice incontro.
Il treno sfreccia
sui binari diritti –
vita storta.
Antonio Delfino é Professor da Universidade de Pavia (em Cremona)
(Tradução de José Melo Alexandrino)
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