Recensão: A palavra ao Grão-Mestre

O que é ser maçom no mundo de hoje

por Ernesto S. Sousa // Dezembro 26, 2024


Categoria: Cultura

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Título

A palavra ao Grão-Mestre

Autores

ARMINDO AZEVEDO

Editora

Guerra & Paz (Agosto de 2024)

Cotação

17/20

Recensão

Os desafios da Maçonaria Regular contados por dentro. É a esta a proposta da obra do Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal (GLLP/GLRP), a maior obediência maçónica e a única no país que cumpre os critérios internacionais de regularidade.

O livro reúne textos de Armindo Azevedo que foram publicados na comunicação social e alocuções que proferiu em assembleias maçónicas em longo dos últimos seis anos.

Eleito, em 2018, Armindo Azevedo desempenhou as funções de Grão-Mestre durante dois mandatos. Actualmente, o economista e pós-graduado em Recursos Humanos, é o Embaixador da Confederação Maçônica Interamericana − CMI junto da Comunidade Maçónica Europeia. 

O livro começa com um prefácio sobre 'De onde vem e para onde vai a Maçonaria Regular', seguindo-se uma Nota de Abertura sobre o facto do livro ter nascido do confinamento, que foi uma das medidas impostas pela estratégia de gestão radicai adoptada pelo Governo português na pandemia de covid-19.    

De carácter mormente pedagógico e propagandista, porque serve como 'panfleto' sobre as actividades e 'feitos' da Maçonaria, este livro está organizado em 11 capítulos e inclui ainda uma 'Introdução' e 'Notas Finais'.

No capítulo sobre 'As eleições de 2018 e o ciclo de abertura à sociedade' são recordados os "dois momentos negativamente marcantes" do mandato de Armindo Azevedo: a pandemia; e a aprovação na Assembleia da República "da Lei regimental de declaração de pertença a associações ditas discretas, que visava claramente a Maçonaria".  "Vieram-me à memória as perseguições perpetradas pelos ditadores Hitler, Mussolini, Franco e Salazar, e a famigerada Lei Cabral, de 1935, que levou Fernando Pessoa, não sendo maçom, a tomar a defesa da Maçonaria", escreveu o ex-Grão-Mestre. Adiantou: "A aprovação desta Lei em pleno século XXI foi para mim interpretada como um sinal claro de que, passados 50 anos do 25 de Abril, ainda não aprendemos a viver plenamente em democracia".

Seja para os curiosos da Maçonaria ou para os anti-maçons, esta obra serve para fomentar a literacia sobre o mundo da Maçonaria em Portugal, em particular na maior obediência regular, desde que se entenda que se está perante um livro cujo autor foi Grão-Mestre, sendo um olhar de dentro. Tendo consciência desse facto, é uma obra valiosa para um maior conhecimento e compreensão de um universo que não está ao alcance de todos.   

  

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