A empatia é, sem dúvida alguma, um valor humano extremamente nobre e valioso. É ela que nos faz “calçar” os sapatos do outro, sentir compaixão pelo sofrimento alheio e, em última instância, ter vontade de ajudar aqueles que precisam. E, verdade seja dita: ninguém passa pela vida incólume e sem necessitar, em diversos momentos, do conforto de uma mão estendida. Razão ainda maior para que todos sejamos empáticos com outros problemas que não os nossos, e tenhamos bondade para querer para atenuar o sofrimento colectivo – dentro daquilo que esteja ao nosso alcance, evidentemente.
Porém, tal como tudo, por muito louvável que possa ser um sentimento ou um valor, jamais deverá ser levado a um extremo que resulte na perda de bom senso e até na loucura.
Este é precisamente o motivo pelo qual, por muita empatia que possamos ter por um sem-abrigo, não nos vamos endividar para lhe proporcionar uma casa. Nem sequer dar-lhe toda a comida que temos na despensa – ou, fazer sacrifícios que nos prejudiquem e coloquem a nossa família numa situação vulnerável, apenas para que nada falta ao sem-abrigo.
De igual modo, ninguém no seu perfeito juízo irá ceder a sua casa a alguém que durma na rua para substituir um sem-abrigo por outro. Nem tão pouco, manter-se em sua casa mas lotá-la com todas as pessoas necessitadas com que se vai cruzando pelas ruas – certamente que a esmagadora maioria não o faz, nem tal coisa lhe passaria pela cabeça.
E porquê? Porque não é sensato! Tentar colmatar sofrimento com mais sofrimento não é ser empático; é ser simplesmente louco. Ou seja: levada ao seu cúmulo, a “empatia” far-nos-ia cometer as maiores loucuras para salvar o mundo inteiro! Mas nós não somos super-homens nem super-mulheres – somos apenas seres humanos.
A maior parte das pessoas nem sequer emprestará dinheiro a um amigo em dificuldades, ou irá emprestar torcendo muito o nariz! E estão erradas? Não! Porque na realidade, todos nós, no fundo, temos perfeita consciência – por muito virtuosos e ‘bonzinhos’ que nos queiramos achar – que aquilo que podemos dar a outrém tem limites; e é insano extravasar esses limites, encetando determinados esforços e sacrifícios por alguém quando tem de ser o próprio a fazê-los.
E todos sabemos que, embora a ajuda e a cooperação sejam sempre necessárias na vida, nunca se podem substituir aos esforços que cada um tem envidar por si próprio.
Deste modo, se é verdade que um bom coração saberá quando estender a mão, uma boa cabeça saberá quando não o fazer. E um coração sem cabeça não faz um corpo.
É este o problema fundamental a que assistimos hoje no mundo Ocidental; a doença que o está a destruir: a instrumentalização da empatia e do nosso lado mais generoso para nos levar ao suicídio. Esta tem sido a dialéctica dominante – ainda mais perversa e diabólica, porque nos manobra e manipula dizendo-nos que só assim seremos “boas pessoas” – na praça pública; imposta pela imprensa, governo, União Europeia, e demais organizações supranacionais. Vimo-lo com a covid-19, mas está a acontecer, às claras, com muitas outras ‘crises’.
Os interesses concertados querem que o Ocidente se mate (não tão metaforicamente quanto isso), para ser comido de cebolada pelos “coitadinhos”. E como? Através da aceitação desta imigração massiva e descontrolada, de ajudas financeiras astronómicas para países que sofrem ou que estão em guerra, ou outras psicopatias que os nossos ‘overlords’ em Bruxelas nos queiram impôr do alto da sua torre de marfim. Tudo isto, enquanto os europeus definham, dia após dia, e caminham alegremente para o precipício, incautos e de olhos vendados. E com a deterioração da qualidade de vida e da segurança a ocorrer a uma velocidade estonteante.
Felizmente, parece haver cada vez mais gente a acordar – veremos se a tempo de evitar o suicídio do Ocidente!
Maria Afonso Peixoto
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