Pedro Almeida Vieira
"Vale a pena ser jornalista para acabar no banco dos réus?"

"[...] O psicólogo Mauro Paulino faz-me lembrar Simão Bacamarte, o alienista de Machado de Assis, aquele que se julgava o supremo intérprete da sanidade e da loucura em Itaguaí. Mas esta comparação é ingrata e injusta — para Bacamarte. Na loucura do alienista da Casa Verde havia método, havia lógica interna, havia até uma doçura involuntária. Era uma loucura ingénua, quase nobre na sua obsessão. Já em Mauro Paulino não há doçura nem grandeza trágica. Há apenas duas coisas: petulância e uma gigantesca cara de pau, revestidas de jargão científico. [...]"
Tal como nos anos da pandemia, o mais mediático pneumologista do país continua a esconder despudoradamente as suas ligações com as farmacêuticas. E até se 'internacionalizou'...
A ameaça da VASP de deixar de distribuir jornais e revistas em oito distritos do interior não passa de um 'bluff' estratégico: apesar de alegar dificuldades financeiras, a empresa depende totalmente desta unidade — a menos lucrativa, mas a única que gera o cash-flow que sustenta toda a estrutura logística e a unidade não-editorial que está em franco crescimento. Sem os jornais, a VASP colapsaria, o que revela que a ruptura anunciada visa sobretudo pressionar o Governo.
O médico Joaquim Sá Couto escreve sobre Medicina e Inteligência Artificial, mostrando como a ausência de valores claros nas máquinas exige um verdadeiro 'transplante de alma' para decisões éticas.
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Seria cómico se não fosse trágico: o julgamento para apurar responsabilidades criminais pelas graves falhas de segurança no acidente do Elevador da Glória terá lugar no Campus de Justiça de Lisboa, onde, neste momento, os elevadores (em edifícios com até oito pisos) estão com a inspeção bianual em atraso há quase oito meses. O Ministério da Justiça garante existir manutenção, mas responsabiliza o “senhorio”, um fundo imobiliário de Singapura que comprou os edifícios em 2023.
Um derby muito 'sui generis', cuja primeira parte o cronista passou quase na totalidade no parque de estacionamento, onde se constata que Portugal é um país pobre às claras mas rico no subterrâneo.
Ao longo de mais de um ano, Brás Cubas — a célebre personagem de Machado de Assis — analisou, com mordacidade e sátira, a política e a sociedade portuguesas do século XXI. Cerca de cinquenta dessas crónicas, revistas e editadas, dão forma ao 'Correio Mercantil de Brás Cubas', onde enfim se revela o amanuense por detrás dos escritos: Pedro Almeida Vieira, que regressa à Literatura, com olhar sobre a realidade, quase uma década após a sua última obra. Contribua também aqui para o sucesso do PÁGINA UM, que manterá o preço de 15 euros por mais alguns dias.
Desde que Luís Montenegro chegou a São Bento, a Sérvulo & Associados entrou nos seus anos de ouro, acumulando contratos públicos como nunca antes. O último impulso veio de um chorudo contrato da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), no valor de 492 mil euros, celebrado no final de Novembro e assinado por Rui Medeiros, ex-ministro do PSD e sócio principal da firma.
A propósito da exposição 'Complexo Brasil', Brás Cubas ressurge do além para lembrar que os vivos têm um delicioso hábito: chicotear defuntos alheios para fugir às culpas bem vivas do presente.
Os resistentes colaboradores da Visão, que continuam a publicar a revista em teletrabalho, não terão qualquer 'direito de preferência' na aquisição da marca. O PÃGINA UM sabe que todos os títulos da Trust in News, em irreversível processo de liquidação, foram já apreendidos, estando agora em processo de avaliação para definição de um preço base. O leilão será em Fevereiro.
Tiago Salazar escreve sobre a liberdade conquistada depois de 2005, os patrões bons e maus, a dignidade de quem trabalha à intempérie e a amizade como derradeira ética num país onde até a greve passa ao lado de quem vive do próprio pulso.
Um dos maiores estudos sobre enfermeiros do SNS revela que são as condições organizacionais — e não os salários — que mais influenciam a decisão de ficar ou sair. A análise a 1.494 profissionais mostra que satisfação no trabalho, horários previsíveis e progressão na carreira são factores decisivos para travar a perda de enfermeiros.
Há 135 dias, 0 horas, 8 minutos, 27 segundos
que a Global Notícias devia ter as suas contas entregues.
Mas prefere perguntar pelas do PÁGINA UM.
Pedro Almeida Vieira

Frederico Duarte Carvalho

Pedro Almeida Vieira

Pedro Almeida Vieira

Luís Gomes

Pedro Almeida Vieira

A Prime Artists, promotora que conseguiu travar no Tribunal Administrativo de Lisboa a acreditação obrigatória do PÁGINA UM para o concerto dos Marilyn Manson, enfrenta severa falência técnica, com capital próprio negativo de quase 788 mil euros e dívidas ao Estado de 366 mil euros. Ainda assim, teve recursos financeiros para avançar com uma inédita acção judicial que, pelo seu timing, e por via da aceitação por uma juíza, inviabiliza na prática o exercício de direitos jornalísticos garantidos por lei.
Na mesma semana em que decorria a Web Summit, e Lisboa se tornava por uns dias na capital da Inteligência Artificial, o PÁGINA UM fez mais uma reportagem numa zona problemática na cidade: o antigo Casal Ventoso. Enquanto na zona Oriental de Lisboa se falava, naquele dia, de IA e avanço tecnológico, na outra ponta da cidade, na freguesia de Campo de Ourique, o cenário era desolador. Toxicodependentes sem-abrigo vivem em tendas improvisadas, em túneis e edifícios em ruína. Seringas, dejectos humanos e lixo fazem ali parte da paisagem.
Apesar dos alertas sobre a nova subclade K do vírus A(H3N2) e do desfasamento vacinal admitido pelo ECDC — a agência da União Europeia responsável pela vigilância epidemiológica —, os dados do último Inverno australiano mostram o contrário do alarmismo europeu: circulação estável, internamentos moderados e ausência de pressão estrutural nos hospitais. Não há sinais de um Inverno severo.
Os municípios da área do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra podem considerar-se privilegiados: recebem agora a juíza Telma Nogueira, que em Lisboa conseguiu a proeza de conduzir ao longo de 34 meses um processo de intimação do PÁGINA UM contra o Ministério da Saúde — relativo ao acesso aos contratos das vacinas contra a covid-19 — sem jamais decidir. Produziu 31 despachos, prolongou sucessivos prazos, pediu traduções desnecessárias e expurgos, mas nunca proferiu sentença.
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O Ministério Público arquivou o processo-crime por difamação movido pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, pelo deputado Miguel Guimarães, por Eurico Castro Alves, duas ordens profissionais e pela indústria farmacêutica contra o director do PÁGINA UM. Num despacho de 72 páginas, o MP concluiu que a investigação jornalística sobre a campanha "Todos por Quem Cuida" — que envolveu 1,4 milhões de euros e está pejada de ilegalidades e irregularidades — não cometeu qualquer crime, mas apenas cumpriu o dever de escrutínio público.
A pretexto da reacção de Luís Ribeiro sobre a escrita de artigos noticiosos em cumprimentos de contratos de marketing.
Foi preciso uma sentença, um acórdão e um pedido de aplicação de sanção pecuniária compulsória. O PÁGINA UM revela (e apresenta uma avaliação individual) dos 52 relatórios do Instituto Superior Técnico escondidos durante 32 meses pelo seu presidente, Rogério Colaço.
Um juiz recém-nomeado no Tribunal Administrativo de Lisboa fez uma interpretação temerária da lei ao tentar isentar o Conselho Superior da Magistratura do cumprimento da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos. O Tribunal Central Administrativo Sul travou a decisão, lembrando que nem mesmo o órgão máximo da magistratura pode escapar às regras da transparência e do escrutínio público.
O escritor Paulo Moreiras, colaborador do PÁGINA UM nas recensões literárias, venceu o Prémio PEN de Ficção Narrativa com 'A Vida Airada de Dom Perdigote'.
Ao passar diante do hotel, deteve-se perante um cartaz sobre paremiologia. Um micro-conto de Sílvia Quinteiro.
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No calor sufocante de uma noite sem ar, descemos do carro diante do ginásio em brasa, sem imaginar que enfrentaríamos Batata, o velho goleiro.
Se há coisa sobre o fado que é controversa, é a sua origem. Sérgio Luís de Carvalho, colaborador pontual do PÁGINA UM, abre o livro sobre esse enigma em 'Lisboa Fadista', cujo primeiro capítulo mostramos em pré-publicação.