JOANA AMARAL DIAS, CABEÇA-DE-LISTA DO ADN

‘Já não há esquerda nem direita. Hoje, são asas do mesmo pássaro’

por Elisabete Tavares // Maio 27, 2024


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Com uma longa experiência na política, Joana Amaral Dias é a cabeça-de-lista do ADN – Alternativa Democrática Nacional nas eleições europeias, partido que supreendeu ao arrecadar mais de 100 mil votos nas últimas legislativas. A antiga deputada do Bloco de Esquerda quer levar ao Parlamento Europeu temas como a defesa da paz, da democracia e da liberdade. A psicóloga e autora, que é comentadora assídua nos media, defende também que é necessário defender a soberania do país face a uma Europa que é cada vez mais federal. Esta é a sétima entrevista da HORA POLÍTICA que pretende conceder voz aos cabeças-de-lista dos 17 partidos e coligações que concorrem às Europeias, em eleições marcadas para 9 de Junho. As entrevistas são divulgadas, seguindo a ordem crescente de antiguidade, na íntegra em áudio, através de podcast, no jornal e na plataforma Spotify.



A antiga deputada do Bloco de Esquerda, Joana Amaral Dias, concorre às eleições para o Parlamento Europeu como independente pelo ADN-Alternativa Democrática Nacional, partido que arrecadou mais de 100 mil votos nas últimas legislativas, surpreendendo tudo e todos. A psicóloga e comentadora diz que, a ser eleita, quer ser “a areia na engrenagem” de uma visão de Europa cada vez mais federalista e globalista.

Para a cabeça-de-lista do ADN, estas eleições são a “última oportunidade para se por um travão, um pé na porta” de uma agenda que está em curso” e que apenas beneficia “as elites”.

“Já não há esquerda nem direita. Hoje, são asas do mesmo pássaro”, disse Joana Amaral Dias, em entrevista telefónica ao PÁGINA UM. Frisou que a batalha actualmente faz-se entre “globalistas versus independentistas” e entre “identitários versus universalistas”.

Joana Amaral Dias (Foto: Júlia Oliveira)

Afirmou que “estamos numa emergência, até porque a Agenda 2030, que designa todas estas tentações globalistas e a concentração de riqueza em 1% ou 2% da população mundial” está em marcha. “Esta Agenda 2030 faz com que esta seja a última oportunidade para pormos um travão e um pé na porta”, já que “o mandato destas eleições europeias é de 2024 a 2029, portanto, já fica no limite destas pretensões, que têm datas marcadas”.

Também considera que “precisamos de mais soberania também em Portugal face a uma Europa que é cada vez mais federal”.

Acreditando que pode ser eleita, Joana Amaral Dias promete ser uma voz em defesa da paz, da democracia e da liberdade no Parlamento Europeu. “Gostava muito de ser voz na Europa”, afirmou, garantindo que, a confirmar-se, irá “diariamente ir registando e reportando o que está a acontecer em Estrasburgo e em Bruxelas”, de modo a aproximar o eleitor do Parlamento Europeu.

Joana Amaral Dias e Bruno Fialho, presidente do ADN. (Foto: D.R.)

Apesar de estar a concorrer contra partidos com maior projecção nas televisões e na imprensa em geral, Joana Amaral Dias está positiva quanto à sua candidatura. “Se se voltarem a repetir [os mais de 100 mil votos], já são uma base excelente para ter uma representação em Bruxelas. Precisamos de 150 mil votos. Não estamos assim tão longe. As nossas perspectivas são boas”, afirmou.

Mas admite que a “luta é dura”, até porque os canais de televisão generalista optaram por incluir nos debates para as europeias apenas os partidos com assento parlamentar em Portugal, apesar destas eleições serem para o Parlamento Europeu, onde vários partidos não estão representados.

Além da discriminação, a campanha de Joana Amaral Dias tem sido alvo de ataques por parte de alguns media, com tentativas de ‘colar’ a candidata do ADN a posições de ‘extrema-direita’. A cabeça-de-lista do ADN classifica os ataques e os rótulos de “absurdos e difamatórios”, adiantando que é um tipo de “argumentário dos fracos”. “Os estereótipos e os clichés são as armas dos fracos”, frisou.

Esta é a sétima entrevista do HORA POLÍTICA, que visa entrevistar os 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições europeias que, em Portugal, têm data marcada para o dia 9 de Junho. A publicação obedece a uma ordem cronológica, do partido mais jovem ao mais antigo.


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