Hoje, na rubrica ‘Caderno dos Mundos’, uma reportagem de Rui Araújo, emitida na TVI em Junho de 2017, com um olhar sobre a vida dos homens detidos no Estabelecimento Prisional de Olhão.
Estabelecimento Prisional de Olhão, uma manhã destas.
A história deles começa aqui.
07:45
É o momento da alvorada redentora ou nem por isso porque o mundo carceral é sinónimo de castigo, constrangimento, exclusão ou, por outras palavras, isolamento.
Os presos — e eles são 65 aqui — passam quase 15 horas por dia na cela. Daqui a um quarto de hora é o momento da abertura geral. A punição, que se quer exemplar, do culpado ou do inimigo social passa pela disciplina, o respeito dos horários. E há horas para tudo apesar de o tempo, aqui, significar sobretudo imobilidade e alheamento do real. E… aprendizagem do vazio porque a prisão é isso mesmo: vacuidade.
Luís, 31 anos, primeiro testemunho. Primeiro retrato da prisão.
— Eu fui condenado por tráfico de droga e posse de arma. Falta-me cerca de 4 anos para sair. A minha condenação é de 6 anos e 2 meses, mas não conto muito o tempo porque o tempo a mim custa-me a passar. Assim, se não contar, quando dou por conta já alguma coisa passou. Estive um ano a trabalhar em Espanha só que a coisa não correu bem lá. Era marítimo. Ia ao polvo… Quando voltei para Portugal vi os meus filhos a passar fome. Tinha o caminho da droga para vender. Não tinha mais nada. Pois… ou via-os a passarem fome ou vendia droga. Eu escolhi vender droga! E depois habituei-me ao sistema de vida que a droga me dava. Eu, um dia estava a ver os meus filhos passar fome. Passado um mês já tinha dinheiro que sobrasse para tudo: para carros, para casas, para boas vidas… Saídas todos os dias. Dinheiro não faltava… Habituei-me àquela vida e deixei-me levar ao sabor do crime… E, hoje em dia, estou a pagar pela escolha que fiz. Eu não estou aqui por culpa de ninguém. A culpa de eu estar aqui é minha…
Mea culpa, ingénua. Ou mera ladainha de circunstância. E as mesmas justificações para as mesmas misérias de sempre. A material e a outra, a taparem a vergonha.
08:00
Alvorada.
É a abertura geral da camarata e das 18 celas. A disciplinar está vazia hoje. Ergue-se um clamor surdo na Zona. O ‘conto’ dos 28 preventivos e dos 37 condenados é logo a seguir. É ainda o momento da higiene. Um duche a correr. O Despacho 2/2015 — o “Horário Prisional” — é peremptório: 10 minutos bem contados para limparem os corpos curtidos de sol e de salmoura, roídos por dentro. Não se sabe de quê…
Flávio, 23 anos, mais uma contrição bem intencionada ou mais uma elegia sobre a falência da família.
— O meu nome é Flávio. Tenho 23 anos. Apanhei 5 anos e 5 meses. Estou preso há 1 ano e 3 meses. Como é que eu vim parar aqui? Vim por tráfico. Por vários crimes. Na altura um gajo não pensava bem no que fazia…
08:10
Pequeno-almoço. Pequeno-almoço no refeitório que serve também de parlatório e de sala-de-aulas. É à vez já que o espaço é exíguo.
— A minha história de vida… Cresci só com a minha mãe e os os meus irmãos. Conheci o meu pai com 15, 16 anos na altura. Apareceu uma vez. O que é que eu andava a fumar? O encontro não foi assim muito agradável… E mais? Ninguém gosta de estar aqui. Estamos presos. Sozinhos, não estamos. Conhecemos sempre um ou outro. Passamos aí o dia. Jogamos à bola, às cartas. O que houver a gente joga. — conta Flávio.
Mas quem é esta gente? Homicidas, traficantes de droga, ladrões. Há de tudo. De todas as origens e idades. O mais novo tem 19 anos. O mais velho 68.
— O que é que custa mais aqui? Você quando entra você perde tudo o que tinha. Namoradas, amigos, não sei quê. O que vai estar cá é só a sua família. O que custa não é estar trancado. O que custa é esquecerem-se da gente… — acrescenta o jovem preso.
É preciso amarrar as pontas. Aqui, como lá fora, o pior é a indiferença. A do presente. A dos homens, à falta de da Deus.
08:45
Fecho.
Os presos regressam às celas. Daqui a 10 minutos há ‘conto’ outra vez.
— Ora vamos embora. Tá na hora… — diz um guarda.
São sobretudo portugueses e cabo-verdianos. Os outros são espanhóis, romenos, marroquinos e guineenses. Mais os guardas: 28 homens e quatro mulheres. Ao fim e ao cabo outras tantas histórias de desiludidos que passam mais tempo na cadeia do que os próprios presos.
Vladimir, 50 anos, foi contrabandista. É guarda há 22 anos.
— Venho de uma família pobre do Alto Alentejo, que a terra é Campo Maior. Sete irmãos. Comigo éramos oito. Depois, tive que deixar a escola para acompanhar a minha mãe na minha zona que o trabalho era pouco. E a minha mãe era contrabandista. Tive que acompanhar a minha mãe para ajudar a criar os meus irmãos.
08:55
Mais um ‘conto’. Não há tempo a perder. Dez minutos depois é a reabertura das celas. Os presos que não têm aulas nem trabalho vão para onde querem: pátio, ginásio ou bar.
A imagem ambígua dos guardas — ausência de reconhecimento público e não só — é uma realidade desde sempre. A política de recursos humanos melhorou, mas o peso de décadas de centralismo hierárquico, de gestão quase autocrática, e um clima social marcado por uma conflictualidade latente não poupam a profissão.
João Ribas. Beirão de gema. 21 anos de serviço. Um homem atormentado…
— Sou guarda prisional há 21 anos. Neste momento sou guarda principal. Estou no Algarve. E após um curso vim para o Algarve por opção. A Portimão. Entretanto, fui deslocado para Olhão, sem querer. Sem nós querermos foi uma corporação inteira movida, mexendo com as vidas. Mexendo com tudo… Estragando certas vidas, como foi o meu caso…
Uma noite, já lá vão quase dois anos, o guarda armadilhou a casa com botijas de gás e barricou-se. Chegou a dar dois tiros, mas acabou por render-se à PSP. Resistiu à tentação do abismo.
— Ao mesmo tempo eu sou um dos gajos mais revoltados aqui dentro… — conclui.
Vigiar, isolar e punir — a lógica da prisão é essa. E a sua perenidade parece estar garantida.
— Olá, boa tarde. Olha, Bruno, hoje ficas tu com a rega das aromáticas e o senhor Gilberto faz a retirada das infestantes. — avisa uma monitora.
A missão de reinserção, que passa pelos estudos, a formação profissional ou o exercício de uma actividade laboral, só vem depois. O resto é rap!
Hugo, aliás Chimbóia, 33 anos. Crime: furtos qualificados.
— Palavras do preso 00737, Chimbóia: Eu expresso no verso o incompleto imenso, extensivelmente intenso, porque penso. Estou preso porque mereço. Uma vida perdida chama-se a vida possível, não me convence, confesso. Há mais caminho para além deste. Eu sei que a cadeia choca milhares de gente. A cadeia não é boa nem para o teu oponente. É evidente que o complemento não será bem pior. Estás privado da liberdade. É um osso duro de roer. Ouve bem, convém que me possas entender… Nada vem à tua vida que não consigas suportar. Se errares, tem cuidado! Podes vir cá parar. É de evitar pois aqui já não podes lutar. A tua luta continua, mas é inválida aqui. Aqui, já não estás na rua. Vais lutar contra ti.
Ninguém pode viver sem esperança. Mais não seja a esperança de fugir. O importante é não desistir, nunca.
Bruno é um dos raros presos que frequenta a biblioteca do estabelecimento. É o seu refúgio para as poucas horas autónomas, devolutas. Tem 30 e poucos anos. É toxicodependente e traficante. Foi apanhado. Está, aqui, há 3 anos e 3 meses.
— A leitura para mim é uma fuga. Posso encarnar qualquer personagem quando leio um livro. Sou um actor. Sinto-me um actor quando leio um livro. Leio um livro e, às vezes, uso essas ideias para escrever uma música ou para me sentir também bem disposto. É sempre uma lição de vida. Um livro é sempre uma lição de vida. É bons conselhos. Qualquer livro, no fim, tem um bom conselho…
11:45
Almoço.
— Tira lá dois cafés aí, pá!
O bar também serve de drogaria e de mercearia. Abre depois do almoço. Um preso serve os outros presos. Apesar de não haver concorrência, os preços praticados aqui são módicos: café a 20 cêntimos, água a 15… O dinheiro, o pouco que circula, não dá para mais.
14:30 – 17:00
Às 14:30, depois do fecho, do ‘conto’ e da reabertura há mais actividades.
A aula da professora Paula Serina começa com um documentário televisivo sobre Olhão, aqui tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe. O marroquino El-Mahdi e os espanhóis Bebito e Diego escutam. Três histórias. Três destinos a cumprir, mas já lá iremos.
O nível escolar dos 65 reclusos é aquilo que é: um desastre. Feitas as contas, 90% dos reclusos (89,2% mais exactamente) atingiram no máximo o 3.º ciclo. O que vale é não haver na prisão espaço para máscaras deformadoras. Os homens, aqui, não se medem aos diplomas.
José. 55 anos. A primeira vez que foi preso tinha 18.
— Eu, desde 1978, passei por várias cadeias, seja em França e em Portugal, por vários crimes. Crimes diferentes. Foi furto, proxenetismo, tráfico de droga, moeda falsa, assaltos à mão armada e falsificação. Já passei por várias cadeias que não têm nada a ver com as nossas. São muito mais violentas. Mais complicadas. E a primeira cadeia que conheci foi a de Les Baumettes (Paris) onde estive preso mais de 14 anos. Já estive preso na cadeia de Bordéus, já estive preso na cadeia de Aix-en-Provence, já estive preso na cadeia de La Rochelle, já estive preso na Centrale de Saint-Martin-de-Ré, já estive preso na cadeia de Lorient-Ploemeur. Como é que eu hei-de dizer? Eu acho que aquilo que fiz na minha vida foi uma aventura. Foi um sonho porque já tive muito como hoje não tenho nada… Tenho mais experiência de vida cá dentro que lá fora. Estou muito sozinho. É normal. Uma pessoa tem os dele. Gostava de os ver… Eu já perdi dentro da cadeia as pessoas mais queridas que eu tinha. Foi a minha mãe. Foi a minha avó. Perdi-as dentro de uma cadeia, sem ir a funerais, sem ir a nada, sem ir a coisa nenhuma. Uma pessoa vai endurecendo…
Com a usura do tempo, os exames de consciência, por mais lúcidos ou inquietos que sejam de pouco valem. É como os remorsos. A decepção, aqui, é compreensível.
— Hoje, o Fernando vai lá para o fundo meter o aro na porta da casa-de-banho com o outro rapaz. O Patrick vai ajudar o Anildo ali a betumar a casa-de-banho, que é o que falta.
No pátio da zona perimética o guarda Bruno, que é arquitecto, organiza a rotina dos dias: a construção de duas salas de aulas e de uma camarata, quartos para as visitas íntimas. É a primeira iniciativa deste género no Algarve. Faz parte. Consta da própria Lei: três horas inolvidáveis (ou não) uma vez por mês.
— Não é só chegar ali e fazer, construir. Isto tem uma particularidade porque eles… se nós tivermos um ferro no chão, nós olhamos para ele e é um ferro. Se nós o metermos ao alto é um gradão. É uma grade fria. As coisas falam. As paredes falam… Se nós passarmos a mão, por exemplo, nesta tábua isto fala. Tem a sua textura. A sua rigidez. Se calhar, para nós é mais uma porta em casa. Esta porta ao alto, fechada numa cela, quando fecha a porta às sete da noite, a sensação, o bater do coração, a cabeça… Tudo pensa diferente. E ela fecha e ouve-se a tranca. E é complicado!
O guarda é um poeta e, às vezes, apetece ser — já dizia outro poeta, Antonio Machado. O que é preciso é não perdermos o contacto com o chão e evitarmos os púlpitos. Sem isso não temos uma ideia aproximada da nossa estatura.
Chefe Hélder. Trinta e dois anos de prisão. A história de um homem simples que as grades não desapossaram da humanidade.
— Eu sou o Chefe Hélder Correia. Estou a cumprir uma pena até este momento de quase 32 anos de cadeia. Sou a pessoa mais antiga deste estabelecimento prisional. Tenho um percurso prisional que iniciou em 1984, precisamente no dia em que nasceu o meu primeiro filho. Esta é uma história engraçada. Apresentei-me ao serviço no Estabelecimento Prisional de Faro. Tinha como chefe o Chefe Gonçalves. Cheguei ao pé dele e digo: — Chefe, eu preciso de sair mais cedo porque a minha esposa foi para o Hospital de Faro ter um bebé. E eu queria ver o estado dela. E o chefe olhou para mim e diz-me assim: — Vá lá, mas não se habitue…
Ainda há homens felizes. Afinal a prisão não mata tudo!
Na quietude da camarata, Paulo, 46 anos, os olhos fitos no papel, lavra palavras de amor. Não precisou de coragem para ficar só. Foi caçado por tráfico de estupefacientes. É um homem atormentado. Escreve à mulher uma, duas, quatro cartas todos os dias.
«Olá, meu Amor. Como te sentes hoje? Melhor? E bem disposta, Minha Maria? Hoje, foi um mau dia para nós, Meu Amor. Não nos encontrámos como devíamos. A nossa Felicidade há-de chegar um dia, Amor da minha vida. Mais uma coisa, Amor. Vê lá se me escreves porque estou cheio de saudades tuas, Minha vida. Oh, Minha flor. Agora, vou-te deixar por uns momentos Meu Amor. Volto já. Adoro-te com muito Amor.»
A mulher está presa em Odemira. Amar cegamente pode ser um unguento para impedir a renúncia. Pode. Maria é o nome do salvamento ou da perdição, mas vamos por partes.
Mudança de cenário. E regresso às aulas. Hoje é dia de substantivos. E de entrevistas.
— Não julgo. Não comento. Eu estou aqui a ensinar-lhes a minha língua para que eles melhorem a comunicação quando vão a tribunal, porque enquanto cidadãos estrangeiros muitas vezes a comunicação com o advogado e o juiz acaba por dificultar. A língua é uma barreira. — explica a professora Paula Serina.
Ria Formosa.
O vídeo com música para descobrirem a terra onde vivem e não conhecem está a chegar ao fim.
El Mahdi é marroquino. Era camionista. Foi condenado por tráfico de droga. É aluno de Português. Não tem visitas, mas o pior é outra coisa…
— A história? A minha história é… É difícil: Eu não tenho história. É melhor não contar…
— E a prisão é o quê para si?
— Para mim é uma escolha da vida, mas correu tudo mal.
— Tem um filho que não conhece…
— Só das fotos. Tem dois anos. Nunca… nunca o vi. Só nas fotos. E oiço-o no telefone. Agora, já começa a falar.
— Suleiman…
— Chama-se Suleiman.
— Qual é o seu sonho?
— O sonho é estar com a minha família e brincar com o meu filho, sair, levar o meu filho para fora e andar na rua… Isso dói.
— Shukran.
— De nada.
À tarde cada um deixa correr o tempo como quer. Como pode. O aconchego para os muçulmanos daqui passa pela Fé. Rezam cinco vezes ao dia. A dhohr — a primeira oração da tarde — é agora.
Pedro, 27 anos, foi condenado a seis anos de cadeia. A mãe, o padrasto e o irmão também estão presos. A namorada, já esteve.
— Fui condenado a seis anos de prisão por tráfico de drogas. Estou detido há dois anos e sete meses. Tenho uma mãe presa, um irmão e um padrasto. O que mais me custa aqui dentro é estar longe das pessoas que eu mais gosto: os meus filhos e a minha família. Se tenho algum objectivo de vida? Tenho. Isso fez-me tornar uma pessoa totalmente diferente porque eu era, posso dizer, uma pessoa violenta, agressiva. Hoje em dia sou uma pessoa diferente. Como se diz, há males que vêm por bens. Espero conseguir ser uma pessoa diferente daquilo que eu era lá fora. Uma pessoa melhor. Ter as minhas coisas honestamente. Basicamente é isso.
Só basicamente. O discurso bem intencionado e politicamente correcto — conivente com o sistema — deixa algumas dúvidas sobre a sua autenticidade. Nas entrelinhas está, quiçá, a perspectiva de uma precária…
A saída anticipada é uma prioridade para estes homens apesar de a cadeia de Olhão ser um oásis no panorama carceral português.
O trabalho — incluindo no exterior — está reservado a poucos. Na horta do Patacão, por exemplo, para ajudar o Banco Alimentar do Algarve. E na cidade de Olhão para edificar ou recuperar edifícios da Junta de Freguesia, como estes viveiros.
— Todo este edifício foi restaurado por eles e se vos disser que ficou ao erário público em um quarto do valor inicialmente previsto é a pura da verdade. Estes homens foram excelentes. Foram de uma dedicação ímpar. E mais: eu sinto em cada um deles… Eles querem e sentiram que efectivamente participaram em algo de bom para todos. — palavras de Luciano de Jesus, presidente da Junta de Freguesia de Olhão.
Regresso à prisão.
A parceria é para continuar. A Junta de Freguesia de Olhão pretende criar, através de uma parceria com a cadeia e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) dois postos de trabalho para reclusos.
— Obviamente, não sejamos utópicos. Há situações de insucesso como em tudo na vida, mas a grande maioria tenta e quer não voltar á cadeia. — declara Carlos Moreira, director do Estabelecimento Prisional de Olhão.
A boa vontade do director da cadeia de Olhão não chega para alterar a realidade. A reinserção em Portugal é ilusória, para não dizer virtual.
17:40
Jantar.
A principal ligação entre o mundo social e o mundo penitenciário é a obsessão da segurança. A realidade carceral continua a ser acima de tudo sinónimo de punição e de isolamento. É por isso que democracia e prisão são antinómicos. Sempre foram.
Hora da última confissão.
— Olá, sou espanhol. Estou condenado por tráfico a 5 anos e 5 meses na cadeia de Olhão. Apanharam-me há 17 meses. E pedi transferência para Espanha. Para o meu país. E aquilo de que temos mais saudades aqui é da família. Agora, damos mais valor à liberdade. Mais do que antes. Muito mais… É uma experiência nova que tento esquecer. Mais adiante tentarei olvidar, tanto quanto puder. É verdade…
É verdade. Tão verdade quanto a liberdade só existir para quem luta.
19:00
Hora do encerramento e do ‘conto’. E princípio de mais uma noite de prisão.
É o momento de esquecer a desilusão ou a falência do passado, a amargura do presente e de começar a sonhar com outro destino para um dia mais tarde o cumprirem. Talvez. Levarem a cruz ao calvário sem fatalismos e sem desculpas.
22:00
Hora do Silêncio ou nem por isso. É tempo de partirmos. Eles ficam com a noite que não pertence a ninguém, graças a Deus.
Uma noite destas. A nossa história acaba aqui.
Reportagem originalmente emitida na TVI em 23 de Junho de 2017. Texto de Rui Araújo, imagem de Romeu Carvalho edição de imagem de Miguel Freitas.
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