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História de mais uma ideia de Darwin que não é de Darwin

por Clara Pinto Correia // Setembro 19, 2024


Categoria: Opinião

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A hereditariedade é governada por tantas leis ou condições desconhecidas
que até parece agir de maneira caprichosa.

Charles Darwin


Está na altura de ficarmos a conhecer o primeiro de todos os trabalhos do século XIX que, ainda antes de Darwin, receberam o epíteto de “Livro do Macaco”. É verdade que o dito epíteto foi cuspido a título insultuoso por parte dos leitores irados que não podiam discordar mais do seu conteúdo. Também é verdade que em certas passagens esta obra científica quase parecia uma obra de ficção científica, tais eram os seus erros biológicos e técnicos. Mas teve no seu tempo específico uma importância fundamental. Foi este “Livro do Macaco” que começou a preparar uma Europa ainda refém do texto literal da Bíblia enquanto o maior, melhor, e mais definitivo de todos os manuais científicos, para a alternativa de que talvez as espécies de certa forma evoluíssem a partir umas das outras, em vez de todas elas serem criadas separadamente por Deus. No epicentro deste episódio vulcânico está um escocês chamado Robert Chambers, que de formação não é zoólogo nem botânico nem geólogo, nem sequer particularmente versado em ciências naturais. Até aqui, o que fez na vida[1], em colaboração com o irmão, foi mais escrever grandes Enciclopédias e Dicionários temáticos sobre os mais variados assuntos, sempre com grandes tiragens e iguais procuras. Também editou, desde muito cedo, uma revista de cultura geral onde nunca deixou de incluir material científico acessível a professores primários e a donas de casa. No entretanto, participou em expedições para aumentar o seu conhecimento geológico, e fez dissecações para conhecer melhor o mundo vivo. Finalmente, em 1841, refugiou-se nas Highlands[2], onde começou a escrever, no maior dos segredos, o estranho livro VESTÍGIOS DA CRIAÇÃO[3].


Por esta altura, e por muito que a contagem do tempo segundo a Bíblia pudesse parecer cada vez menos inteligível[4], ainda muitos grandes estudiosos defendiam a necessidade de grandes catástrofes, como o Dilúvio de Noé, para explicar o aparecimento de fósseis no alto das montanhas. Conhecidos como catastrofistas, estes homens confiavam que um Deus capaz de criar o Dilúvio também seria capaz, e por várias vezes, de criar todas as espécies uma por uma[5]. Um dos mais distintos destes homens era Adam Sedgwick, antigo professor de geologia de Darwin, e, incidentemente, à época ainda muito orgulhoso do seu pupilo por todo o trabalho que desenvolvera a bordo do BEAGLE, arriscando-se frequentemente a apanhar doenças desconhecidas em locais onde não teria acesso a qualquer espécie de tratamento médico. “Está a fazer um trabalho admirável na América do Sul, e já enviou para Inglaterra uma colecção inestimável,” escreveu na altura a um amigo. “Havia algum risco de se tornar indolente, mas agora o seu carácter definiu-se, e, se Deus poupar a sua vida, alcançará uma grande reputação entre os naturalistas da Europa.”

Por outro lado, eram cada vez mais os estudiosos, nomeadamente entre os geólogos, que, observando a disposição dos fósseis entre os estratos rochosos, e tendo em conta a datação cada vez mais precisa destes estratos, já não viam no Dilúvio mais do que uma mera cheia do rio Jordão, e consideravam a passagem do tempo uniforme, sem um ponto de início nem um ponto de fim, apenas com alterações topográficas constantes que iam arrastando os fósseis consigo. Conhecidos como uniformitaristas, estes homens não viam necessidade de criações constantes por parte de Deus para que as diferentes espécies se formassem em diferentes períodos geológicos. Um dos mais distintos representantes deste grupo contestatário era o advogado Charles Lyell, autor do fundamental PRINCIPLES OF GEOLOGY publicado em Julho de 1830, e o homem considerado por muitos o fundador da geologia moderna[6].

grey and black barn owl near glass window during daytime

Secretamente, o que Chambers fez foi responder à questão que Sedgwick lançara a Lyell, a título de desafio de resposta impossível, destinado a demonstrar que Deus tem por força que intervir constantemente no progresso da vida: como explicar a progressão das formas orgânicas à luz da uniformidade que pressupunha uma lei natural invariável?

Sedgwick, que colocara a pergunta que estava mesmo a pedir esta resposta, nunca poderia ter imaginado que as coisas alguma vez chegassem ao ponto a que chegaram no VESTIGES, que foi publicado anonimamente em 1844. Ficou horrorizado:

O mundo não pode tolerar ser virado do avesso; e estamos prontos a reentrar numa guerra sem quartel contra qualquer violação dos nossos princípios modestos e das nossas boas-maneiras sociais. As coisas devem manter-se nos seus lugares apropriados se se destinam a trabalhar em conjunto para qualquer finalidade positiva. As nossas gloriosas donzelas e matronas não podem envenenar as nascentes do pensamento feliz e do comportamento modesto escutando as seduções deste autor; que se lhes apresenta com os anéis da serpente e uma vez mais lhes pede que colham o fruto proibido de uma falsa filosofia – que lhes diz que a sua Bíblia é falsa quando lhes ensina que foram feitas à imagem de Deus – que são filhas de macacos e engendradoras de monstros – que anulou todas as distinções entre o físico e o moral – e que todos os fenómenos do universo são como o desenvolvimento e o progresso de um materialismo degradante e sem tréguas.

Ha! Pelos vistos, e finalmente, aqui está o legítimo, e sem dúvida o primeiro, “Livro do Macaco”.

Não havia Darwin de ter lido todas estas invectivas, como escreveu a um amigo ainda a bordo do BEAGLE, “cheio de medo e a tremer” – por essa altura, como é evidente, já tinha começado a esboçar A ORIGEM DAS ESPÉCIES, cuja primeira edição veio a lume em 1859. E os gritos de protesto, mais ou menos apaixonados do que os do seu antigo professor, multiplicavam-se por toda a ilha à sua volta. Em 1850, o VESTIGES continuava a ser repudiado quase unanimemente por todos os cientistas e intelectuais de relevo em Inglaterra, incluindo homens que vieram a ser grandes apoiantes, da selecção natural, como Huxley e Lyell. Além de ninguém estar disposto a aceitar as suas ideias no que respeita às ciências naturais, muitas das críticas ferozes ao VESTIGES expressam com toda a clareza um grande medo de que os seus conteúdos pudessem corromper a moral vitoriana – nomeadamente o medo de que seduzissem os trabalhadores a passarem de um estado resignado de graça para um estado conturbado de infidelidade social.

O que não quer dizer que o VESTIGES não fosse conquistando também cada vez mais leitores leigos interessados naquela heresia, já que as edições do livro do autor desconhecido se sucediam umas às outras com grande rapidez – e, segundo Darwin, com melhoras notáveis ao longo do tempo. Entretanto, ia-se tornando cada vez mais popular nos jantares da alta roda discutir quem teria sido o verdadeiro autor do “Livro do Macaco,” contando-se entre os suspeitos figuras tão inesperadas como Lady Lovelace[7] e o próprio Príncipe Alberto.

O que é que Chambers fez para enraivecer a fina flor dos seus leitores a este ponto?

Bem, basicamente testou as águas – e substituiu Deus por um fenómeno que ainda não era a evolução, mas já era uma ideia parecida, e que se chamava “desenvolvimento”.

É interessante observar em que pequeno campo se conforma o total dos mistérios da natureza. O mundo inorgânico tem uma lei compreensiva final, a GRAVITAÇÃO. O mundo orgânico, o outro grande departamento das coisas universais, repousa da mesma forma sobre uma única lei, isto é – o DESENVOLVIMENTO.”

Porque, pensando bem, é quase herético assumirmos que o Criador, que certamente criou o mundo, precisou de executar várias criações:

Como podemos supor um exercício do Seu poder criativo criando numa época zoófitos, noutra época juntando-lhes alguns moluscos marinhos, noutra época introduzindo um ou dois crustáceos, depois produzindo peixes crustáceos, depois peixes perfeitos, e assim por diante até ao fim? Esta seria certamente uma ideia muito pouco respeitadora do Poder Criativo – reduzi-Lo a uma capacidade idêntica à capacidade criativa a que consegue chegar a humanidade.

É bastante mais lógico – e respeitoso – assumirmos antes que

o Ser Eterno organizou tudo antecipadamente, e incumbiu todas as operações da lei de executarem o Seu plano, estando Ele próprio sempre presente em todas as coisas.

A partir daqui o Desenvolvimento está sempre em movimento porque

a vida orgânica empurra-se a si própria sempre que há espaço ou encorajamento para tanto, sendo as formas sempre adequadas às circunstâncias, e em certa relação com elas.[8]

Muitos dos exemplos oferecidos por Chambers a este respeito eram mesmo pequenos quadros de ficção-científica para o seu tempo. Há que ver que estes são os dias em que Júlio Verne encheu a Europa de livros espantosos de ciência inventada que ainda hoje nos fazem sonhar[9]. Mas as invenções de Chambers não faziam sonhar ninguém, por demasiado extravagantes ou por total carência de fundamento.[10] A verdade, no entanto, é que todo este quadro tecia, pela primeira vez e por incipiente que fosse, o esboço de um processo evolutivo. E assim, vestígio a vestígio, esta estranha forma de evolução acaba por chegar ao homem – cujo lugar neste sistema constituiu, sem sombra de dúvida, a proposta mais chocante do livro.

O Homem, portanto, considerado zoologicamente, e não considerando o lugar distinto que lhe foi reservado pela teologia, toma simplesmente o lugar como o tipo de todos os tipos no reino animal.

Irão então existir, quando as condições evoluírem,

espécies superiores a nós em organização, mais puras nos sentimentos, mais poderosas em meios e actos, e que governarão sobre nós?”

Muito provavelmente, embora seja inegável que

a raça presente, por rude e impulsiva que possa ser, é talvez aquela que se encontra melhor adaptada ao presente estado de coisas no mundo.[11]

Finalmente[12], uma vez que hoje em dia podemos lidar com todos os problemas que conhecemos de forma estatística, os assuntos humanos não podem ser separados dos assuntos materiais.

white barn owl

Esta regularidade estatística nos assuntos morais[13] estabelece plenamente a sua posição sob a presidência da lei. O Homem parece agora um enigma se for considerado apenas enquanto indivíduo: em massa, é apenas um problema matemático. A acção mental, sendo provado que está coberta pela lei, passa imediatamente à categoria das coisas naturais. O seu velho caracter metafísico desaparece num instante, e a distinção que se faz habitualmente entre o moral e o físico fica anulada.”

Gostando o ser humano como gosta dos seus duches ocasionais de adrenalina, é possível que muitos leitores vitorianos tenham comprado o livro só pela aventura de o possuírem – e, certamente, de alguém lá em casa conseguir ler toda esta última parte. Não há razões para duvidar que algumas sequências chegassem a saber-se de cor. Ainda antes da publicação da primeira edição da ORIGEM DAS ESPÉCIES, já a história dilacerante do Livro do Macaco, com todo o debate que lhe vinha associado, estava a disseminar-se pela Europa e a pavimentar o caminho para o materialismo[14]. Talvez Chambers só quisesse ver o que é que acontecia se alguém explicasse o que é que os fósseis estavam a fazer no cimo de montanhas que afinal não tinham só seis mil anos de vida conforme a vida da Terra segundo a Bíblia usando a alternativa óbvia do sentido prático que permite explicar tudo sem qualquer problema: pura e simplesmente, tira-se Deus da equação. Mas a sua curiosidade abriu a Caixa de Pandora.

Pouco depois, Darwin parou de esperar e publicou mesmo a ORIGEM, já pronta há bastante tempo, mas à espera que a tempestade de Chambers passasse. Os mais ardentes materialistas do século XIX, Marx e Engels, reconheceram logo o que Darwin tinha conseguido, e exploraram de imediato o seu conteúdo radical.  Marx chegou a oferecer-se para dedicar a Darwin o Segundo Volume do DAS KAPITAL, mas Darwin declinou gentilmente, declarando não querer sugerir que dava a sua aprovação a uma obra que não lera. Pelo contrário, e exactamente para evitar passagens que, como a de Chambers, fossem consideradas implicações filosóficas a favor do materialismo[15], preferiu escrever a Karl Marx, em 1880:

Parece-me que a liberdade de pensamento será mais bem promovida pelo gradual esclarecimento do entendimento humano, que acompanha o progresso da ciência. Por isso tenho sempre evitado escrever sobre religião, e tenho-me confinado à ciência.

Este era o mesmo Darwin que viera de uma família Unitariana inconformista e se juntara à fé Anglicana, de tal forma que foi estudar para a Universidade de Cambridge com o intuito de vir a ser clérigo numa pequena cidade de província – o seu sonho desde o final da infância. No entanto, teve que prescindir de Deus como causa imediata quando juntou todos os pontos da sua viagem e chegou à selecção natural. Afastou esse Deus com a mesma tristeza com que, dois séculos antes, Johannes Kepler afastara órbitas dos planetas do desenho em círculo para desenhar antes órbitas elípticas que eram finalmente compatíveis com as observações planetárias feitas durante mais de um milénio no céu nocturno. O círculo simboliza a perfeição e a elipse simboliza o caos: é a tristeza do grande cientista perante os seus próprios dados, que não lhe agradam mas representam a verdade à luz da ciência e têm que ser respeitados enquanto tal. Kepler assumiu as órbitas elípticas dos planetas baseadas nas suas observações. E Darwin assumiu a evolução baseada na selecção natural:

Não posso continuar a argumentar que, por exemplo, a mola tão bela de uma concha bivalve deve ter sido feita por um ser inteligente, tal como o homem constrói a mola de uma porta. Não me parece que haja mais desígnio na variabilidade dos seres orgânicos, e na acção da selecção natural, do que no quadrante de onde sopra o vento.”

Snowy Owl

Talvez Darwin não esperasse a raiva e a cólera com que as várias igrejas lhe caíram em cima. Mas toda aquela tareia, mais a perda de Deus como causa primeira, vibraram golpes duros na sua fé. Não quer dizer que se tenha tornado ateu. Mas tornou-se – a tal palavra cunhada pelo seu bulldog Thomas J. Huxley – tornou-se agnóstico. Por vezes, como escreveu a um dos seus primos:

“Nas minhas flutuações mais extremas nunca fui um ateu no sentido de negar a existência de Deus. Creio que geralmente (& cada vez mais à medida que envelheço), mas nem sempre, a melhor descrição do meu estado de espírito seria a de um agnóstico.”

Mas é evidente que ainda teríamos – e teremos – que assistir a muitas batalhas na longa História desta guerra. Segundo o lugar-comum geralmente atribuído ao físico alemão Ernst Mach, também ele do século XIX, as novas teorias só triunfam completamente quando a velha guarda desaparece. O que é pouco mais do que um sonho agradável, uma vez que que a velha guarda nunca desaparece.

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HISTÓRIA VERDADEIRA

O espírito experimental do senhor que acreditava na capacidade de aprendizagem dos diferentes animais

Na esquina de um tranquilo bairro lisboeta, o proprietário de uma pequena loja de animais está a dar pedacinhos  mínimos de ração aos seus três coelhos anões[16]. Nisto, entra um senhor que quer comprar um papagaio, para poder ensiná-lo a falar.

Está com azar, ó amigo,” diz o proprietário. “Vendi ontem o meu último papagaio. Agora só devo receber mais para o ano.”

Então não tem aí nenhum pássaro bonito que eu possa levar?”, pergunta o senhor.

Por acaso tenho. E olhe que elas nem são nada fáceis de encontrar nestas lojas. Tenho ali aquela coruja linda, toda branca, está a ver?

A coruja em questão é uma Tyto alba, a chamada coruja-das-torres porque se diz que entra pelas frestas das torres das igrejas para ir beber o azeite às sacristias. É grande, majestática, com o corpo branco e manchas acastanhadas nas asas, os olhos enormes, redondos, dourados, já fixos nos dois homens que falam sobre ela.

Ah, sim!”, diz o senhor. “É linda. Vou já levá-la, antes que venha outro cliente.”

Ó amigo, mas olhe lá, ela bonita é, isso sem dúvida, e ainda por cima é muito raro alguém ter alguma em casa. Além disso, come-lhe os ratos todos que lá tiver. Não há melhor pesticida que uma boa coruja. Mas não tem nada a ver com o papagaio que o amigo queria. A minha ética profissional obriga-me a avisá-lo que as corujas não falam.”

Ah!” responde logo o senhor. “Vai ver. Sou um homem muito paciente. Eu seja cão se não ensino esta coruja a falar.”

Três semanas mais tarde, o senhor volta à lojinha da esquina para comprar comida para a coruja. Parece muito feliz. O proprietário fica a estoirar de curiosidade.

Estão diga lá, ó amigo. A sua coruja já fala?”

Bem… Ela falar ainda não fala… Mas já ouve tudo com muita atenção!”

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Clara Pinto Correia é bióloga, professora universitária e escritora


[1] Também enquanto autodidacta, note-se. A falta de uma formação específica não tinha necessariamente de ser um entrave para qualquer britânico curioso, bem informado, que tivesse boas ideias e escrevesse bem.

[2] As montanhas mais altas e menos acessíveis da Escócia.

[3] VESTIGES OF CREATION, no original; frequentemente encurtado para VESTIGES.

[4] Questão a desenvolver mais tarde.

[5] Isto explicaria os fósseis de dinossauros, e de vários outros animais claramente antecedentes ao homem, tanto marinhos como terrestres. Alguns naturalistas consideravam toda esta fauna pré-humana ensaios que Deus andara a fazer até chegar até ao ecossistema perfeito do Jardim do Paraíso, pronto para oferecer ao Homem. O termo “ecossistema” é usado aqui de forma anacrónica, evidentemente.

[6] Isto é, uma Geologia em que Deus nunca aparece como o princípio activo nem como o motivo explicativo, e em que o tempo passa de forma tão longa que se torna humanamente impossível de contar. Tirando isso, Lyell cometeu erros de raciocínio que podem parecer-nos fascinantes (o tempo futuro do regresso dos dinossauros, por exemplo) mas não deixam por isso de ser erros – de palmatória.

[7] Augusta Ada Byron, a única filha legítima do poeta Lord Byron, casou-se como Ada King, Condessa de Lovelace. Foi uma matemática especialmente respeitada na Inglaterra Vitoriana, que ficou reconhecida por ter escrito o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina.

[8] É verdade, isto está tudo muito mal escrito, o que é particularmente chocante quando contrastado com a fina prosa de Darwin, que navega o inglês vitoriano com a mestria de Dickens. Mas lembrem-se, Chambers costumava escrever enciclopédias para professores primários e donas de casa. Não estava habituado a grandes exigências em conhecimento científico, isso já vimos. Mas também é preciso ver que ninguém nas suas audiências habituais o acusaria de não escrever bem. Conseguia escrever, o que já era uma grande coisa.

[9] Entre a produção copiosa do escritor francês que ofereceu ao século XIX um estilo absolutamente novo, recorde-se CINCO SEMANAS DE BALÃO em 1863, VIAGEM AO CENTRO DA TERRA em 1864, VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS em 1870, A VOLTA A AUNDO EM OITENTA DIAS em 1872, e assim por diante. O homem tinha uma imaginação absolutamente brilhante.

[10] Evidentemente, Chambers não era nenhum Júlio Verne.

[11] Note-se o cúmulo do insulto consubstanciado naquele “talvez”.

[12] Como se tudo o resto não bastasse!

[13] Chambers estava a dar como exemplo a previsibilidade estatística dos índices criminais numa determinada região.

[14] Em 1869, Marx escreveu a Engels, acerca deA ORIGEM DAS ESPÉCIES: “Embora desenvolvido no rude estilo inglês, este é o livro que contém a base de História Natural para o nosso ponto de vista.”.

[15] Embora a viagem do BEAGLE tenha tornado Darwin um homem profundamente materialista.

[16] Como se depreende dos “pedacinhos mínimos”, os coelhos anões são uma treta. Não existem. Mantêm-se anões fazendo-os passar fome. Sobretudo, nunca os empanturrem com couves e cenouras. Vão ver como num mês eles rebentam com a gaiola. Based on a true story.


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