Recensão: Como viver sem diabetes

Uma cura natural para uma doença fatal

por Maria Afonso Peixoto // Dezembro 14, 2023


Categoria: Cultura

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Título

Como viver sem diabetes

Autor

MANUEL PINTO COELHO

Editora (Edição)

Oficina do Livro (Outubro de 2023)

Cotação 

17/20

Recensão

Nas sociedades modernas, a diabetes mellitus (tipo II) é já uma verdadeira epidemia; ‘sintoma’ do nosso estilo de vida moderno, muito assente em hábitos alimentares prejudiciais à saúde e um sedentarismo endémico. Tão prevalente, esta doença é erradamente vista como uma sentença – uma vez diagnosticada, a única via possível, de acordo com a “Medicina Convencional”, parece ser o seu controlo através de medicação e injecções de insulina. Contudo, para Manuel Pinto Coelho, nada poderia estar mais longe da verdade, e explica-nos porquê no seu mais recente livro Como viver sem diabetes, editado pela Oficina do Livro.

Com mais de 50 anos de prática clínica (como já aqui referimos numa outra recensão do mesmo autor), Manuel Pinto Coelho tem-se notabilizado por apregoar uma mensagem fundamental que de tão simples deveria ser seguida com naturalidade: precisamos de aprender a olhar para as causas das doenças, e a preveni-las através das nossas escolhas diárias, em vez de camuflá-las com medicamentos (a abordagem mais usual e convencional). E se esta visão se aplica à generalidade das possíveis afecções ou doenças, aplica-se também, naturalmente, à diabetes tipo II.

Como se salienta neste livro, à escala global 537 milhões de pessoas padecem desta condição; um número que se prevê duplicar até 2050. Em Portugal, “a doença mata quase uma dúzia de pessoas por dia” (pág. 29). Apesar destas assombrosas estatísticas, a boa notícia que nos traz Manuel Pinto Coelho é que através de uma alimentação adequada, exercício físico regular, um sono reparador e algumas ferramentas adicionais – como suplementos alimentares adequados e jejum intermitente – é possível evitar, ou até mesmo curar, a diabetes. 

Isto porque, como o médico sublinha, a diabetes é sobretudo uma doença “nutricional”, uma “filha indesejada do 'desenvolvimento'" (pág. 35), que se instala quando o corpo se torna resistente à insulina – uma hormona segregada pelo pâncreas para “controlar o armazenamento de glicose dentro das células adiposas” (pág. 46).

Manuel Pinto Coelho explica também em detalhe a "cura" por si sugerida: quais os alimentos a privilegiar, como fazer o jejum, e indica-nos um conjunto de suplementos nutricionais com “provas dadas” que poderão ser benéficos para quem se defronta com a doença, ou àqueles que se encontram em risco. Entre os suplementos naturais que mostraram resultados promissores em estudos científicos no controlo da glicemia, destaca-se a berberina, extraída através de uma planta (pág. 100).

Além disto, embora por si só não seja suficiente, o médico sublinha a importância de controlar a qualidade e a quantidade dos hidratos de carbono ingeridos, nomeadamente o açúcar. Nesse sentido, fala-nos de 147 potenciais malefícios do açúcar; uma lista que assusta de tão comprida.

Sobre este aspecto, devemos ter presente que o açúcar se "esconde", com frequência, por trás de um sem-número de designações. Por isso, nas idas ao supermercado, recomenda-se atenção aos rótulos de modo a identificar estas outras formas que o açúcar pode tomar; e nas quais se contam, entre outras, a glucose, a frutose, a lactose, a dextrose e a maltodextrina. 

Ainda assim, o melhor é que não seja necessário olhar a rótulos, privilegiando-se uma dieta à base de alimentos integrais, que não veem em embalagens. Até porque, infelizmente, nem os adoçantes comuns como o Aspartame e o Acessulfame K, são uma alternativa aconselhável ao açúcar: não são úteis no controlo do peso, e ainda “agravam o risco de cancro” (pág. 161).

Manuel Pinto Coelho enfatiza a obesidade como o maior factor de risco para a diabetes mellitus, e mostra como esta doença, por sua vez, pode depois desencadear uma série de outras maleitas. Como estratégia de prevenção, explica também ao leitor como pode, através de análises ao sangue, perceber se está a desenvolver um quadro inflamatório ou de resistência à insulina, antes de chegar ao ponto de adoecer.

Quanto à “cura” que a Medicina Tradicional tem para oferecer aos diabéticos, o médico mostra-se crítico: a insulina não resolve a questão, podendo até ser mais uma fonte de problemas. No seu entender, não são os doentes quem beneficia com esta abordagem, mas quem dela retira dividendos financeiros. E sustenta a tese com alguns dados, adiantando que “o mercado mundial da insulina humana deverá atingir os 29,9 mil milhões de dólares norte-americanos até 2025” (pág. 131).

Escrito com base em evidências científicas, Como viver sem diabetes apresenta-se como um guia de leitura aprazível mas sobretudo de uma extrema utilidade para quem sofre desta doença ou para quem está em risco de a desenvolver ou para quem a quer evitar. Ou seja, potencialmente para todos. Afinal, quem pode recusar a possibilidade de uma cura natural, barata, e livre de efeitos adversos para um flagelo que assola tantas pessoas em todo o Mundo?

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