Portugal faz parte de um labirinto europeu agora revelado pela invasão da Ucrânia pela Rússia: estamos na mão de Moscovo em matéria de gás e petróleo…
Não sabíamos, e agora, inclusive, vamos acolher Angela Merkel, arquitecta do maquiavélico plano.
Merkel fez até um gigantesco gasoduto submerso entre a Rússia e a Alemanha: o Nord Stream.
Angela é um argumento digno do escritor John Le Carré, autor de O Espião que veio do frio. Fosse ele vivo…
Os alemães já perceberam (tarde), mas nós, como somos parvos, premiámos a senhora com a presidência do júri do Prémio Gulbenkian para a Humanidade (que só serve para esbanjar dinheiro).
Angela Merkel foi, durante os últimos 16 anos, a “primeira-ministra” da Alemanha, que agora vai cobrar aos consumidores uma taxa sobre o consumo de gás.
Merkel meteu a União Europeia na boca energética directa da Rússia.
Se ela fosse uma simples cidadã, seria apenas um disparate.
Mas o currículo de Angela é extenso e determinado. Começa na Revolução de 1989, quando se tornou porta-voz do primeiro governo democraticamente eleito na Alemanha Oriental, liderado por Lothar de Maizière.
O mais curioso, aconteceu logo em 1954, quando, com menos de um ano, foi com o pai pastor luterano da Alemanha Livre (Hamburgo) para a igreja de Quitzow, em Perleberg, na Alemanha comunista. E aprendeu a falar russo de forma fluente.
Abreviemos: licenciou-se em física quântica e zás! Virou-se para a política.
E agora? Depois de ter comprometido a coesão da União Europeia… de nos entalar a todos?
Está no bem-bom da Fundação Calouste Gulbenkian com mais oito jurados do tal Prémio para a Humanidade.
Senhores da Fundação, tenham mas é humanidade, e ajudem, com esse dinheiro, as vítimas da política desastrosa da senhora Merkel. E já agora peçam-lhe meças.
José Ramos e Ramos é jornalista (CP 214)
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