Tinta de Bisturi

O estado de abandono das casas do Estado

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por Diogo Cabrita // Março 19, 2023


Categoria: Opinião

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A Parpública é uma estrutura em forma de empresa de capitais públicos, e gere coisas como a TAP, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, a Águas de Portugal, a Estamo e a Efacec.

Por vezes, gere privatizações de objectos mobiliários ou imobiliários do estado com criação de lucros. Outras vezes é condenada em tribunal, como em 2021 a propósito de uma das equipas de gestão da TAP que conseguiu 1,7 milhões de euros.

Na Parpública sobem à liderança sobretudo os amigos do partido do Governo, e claro que, nas subsidiárias, de igual modo se come a ceia, estando actualmente inundadas de ex-membros do executivo da Câmara de Lisboa do tempo Medina. Perdido num lado, recuperado noutro. São todos funcionários públicos e gerem os bens públicos.

white and brown concrete buildings

A Estamo é uma sociedade que tem por objecto a compra e venda de imóveis do Estado.

Entre a Estamo e a Parpública, algumas hastas públicas, algumas reuniões com Ministério da Defesa, Ministério da Educação, Ministério da Justiça e Câmaras Municipais colocariam ao dispor do povo e dos empresários, milhões de metro quadrados edificados em degradação e abandono.

Já vi abandonado património da EDP, da CP, escolar, hospitalar, militar, prisional em todo o país. O Estado é o maior incumpridor das leis e o maior predador da imagem nacional, deixando tombar muralhas, castelos, palácios e instituições.

Podíamos fazer uma lei em que o abandono era penalizado, mas tínhamos de recordar o Estado. Afinal a ministra da Habitação sem percurso, sem história, sem currículo de vida, além de servente de Pedro Nuno Santos, teria um mundo para lavrar ideias conexas.

A habitação para estudantes em grande número obrigava milhares de donos de casa a repensar a sua utilização, os seus arrendamentos. O Estado ou as Câmaras entravam num negócio que tem sido rentável a muita gente e que permite a manutenção e preservação de edifícios.

aerial photography of rural

A criação de centros de trabalho para empresas com salas comuns, auditórios rotativos, salas de reunião, localizava pequenas e médias empresas e libertava espaço na cidade.

Os centros das cidades devem ser para as famílias, mas as leis têm de ser eficazes para construir acessibilidades à mobilidade, facilitar a construção de elevadores, permitir alterações de estruturas para criar qualidade de vida.

Os centros velhos devem ser renovados sem um peso em anos de licenças e custos brutais de burocracia. Há muito para fazer na construção e na habitação, mas o Governo entrou pela porta alheia e fechou a sua.

Diogo Cabrita é médico


N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.

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